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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ahmadinejad chega ao Líbano em visita polêmica

Viagem de presidente iraniano é vista como apoio político ao Hezbollah e provocação a Israel   


Sheik Hassan Nasrallah, líder do Hizbollah, recebe o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chegou nesta quarta-feira, 13, ao Líbano para iniciar uma visita de dois dias ao país árabe, causando temores de mais tensões internas e com Israel.

A visita do presidente iraniano é vista por muitos como um apoio político ao grupo xiita Hezbollah, um forte aliado do Irã, e como uma provocação a Israel.

Além de se encontrar com o presidente libanês, Michel Suleiman, com o premiê, Saad Hariri, e com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, Ahmadinejad terá um encontro com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Esta é a primeira visita do líder iraniano ao Líbano desde que assumiu a Presidência, em 2005. A agenda de Ahmadinejad no país também inclui a polêmica visita a diversas cidades no sul do Líbano, incluindo a fronteira com Israel.

O sul do país foi devastado em 2006 na guerra entre o Hezbollah e Israel, e a reconstrução de muitas cidades foi financiada pelo governo do Irã. O presidente iraniano deverá participar também de um grande comício político organizado pelo Hezbollah em sua homenagem.

As ruas da capital Beirute foram decoradas com bandeiras do Irã e cartazes com fotos do líder iraniano foram espalhados pela cidade. Segundo as autoridades libanesas, milhares de pessoas levando bandeiras iranianas compareceram para ver Ahmadinejad no trajeto do aeroporto à capital.

'Insulto a Israel'

A ida de Ahmadinejad à fronteira é vista por parte dos políticos libaneses e o governo israelense como uma provocação. Autoridades israelenses vinham condenando a visita do iraniano ao Líbano como uma "demonstração de apoio ao Hezbollah e um insulto a Israel".

Mesmo reforçando as tropas na fronteira nos últimos dias e apesar dos temores gerais, o governo israelense declarou que a presença de Ahmadinejad na fronteira não deveria iniciar um ciclo de violência na região.

Em Israel um diplomata disse a jornais locais que o país "não será machucado pela visita (de Ahmadinejad)". "Nós não estamos com medo de sua visita, ele será apenas mais um terrorista no sul do Líbano. É o Líbano que precisa estar preocupado, deixando que um cavalo de Troia iraniano entre no país. É a soberania deles que está sendo tirada", declarou o diplomata a um jornal israelense.

Na semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse ter manifestado sua preocupação com a visita de Ahmadinejad em um encontro com o presidente libanês.

Tensão interna


A visita do presidente iraniano não foi bem recebida por todos os círculos políticos libaneses. Na semana passada, líderes da base governista, conhecida como 14 de Março e apoiada pelos países ocidentais, divulgaram um comunicado em que condenavam a vinda de Ahmadinejad, que, segundo eles, só tinha objetivo de "transformar o Líbano em uma base iraniana no Mediterrâneo".

Vários políticos governistas condenaram a visita do iraniano, a que qualificaram de provocação e fonte de tensão país. "A mensagem é que o Irã está na fronteira com Israel. Sua visita ao sul será uma provocação, ele não precisa ir lá", declarou Fares Soaid, coordenador do bloco governista 14 de Março.

Jornais libaneses destacaram que a visita de Ahmadinejad teria também o objetivo de fortalecer o seu aliado Hezbollah, que vem enfrentando uma pressão em um momento delicado no cenário político do país.

O Líbano tem estado sob tensão interna nos últimos meses devido aos indiciamentos do Tribunal Especial das Nações Unidas (ONU) que deverá implicar membros do Hezbollah na morte do ex-premiê Rafik al-Hariri, morto em um atentado a bomba em 2005.

O Hezbollah e seus aliados se viram envolvidos em uma disputa verbal contra a base governista em torno do tribunal da ONU, que ameaça o governo de união nacional.

O premiê Saad Hariri vem enfrentando forte pressão do grupo xiita e sua aliada Síria para que rejeite os resultados do tribunal.

Em Trípoli, segunda maior cidade do país e grande reduto de muçulmanos sunitas, grupos islâmicos emitiram um comunicado repudiando a visita de Ahmadinejad. Há temores de protestos violentos na cidade e em outros pontos do país.

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