sexta-feira, 14 de junho de 2013

Negociações entre UE e EUA deixam a China sentindo-se excluída

O presidente da China, Xi Jinping (esq), e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante encontro na Califórnia (EUA)
Quando a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores, Catherine Ashton, foi até Pequim no final de abril, seus interlocutores chineses lhe declararam sua preocupação: a abertura de negociações sobre um acordo de livre-comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia não seria sinônimo de fechamento para outras economias e sobretudo para a China? Um crescimento do comércio e dos investimentos transatlânticos beneficiará indiretamente o resto do mundo, responderam os europeus.

Ansiosos, os chineses propuseram então negociar eles também um acordo de livre-comércio com os europeus. A resposta foi que isso não estava descartado "a médio e longo prazo", termos que contrastam com o cronograma mais estreito, de dois anos, estabelecido para as conversas com Washington.

Essa pouca diligência não passou despercebida pelos chineses, nem o fato de que a iniciativa partiu deles. "Até o momento, a China, não recebeu nenhum pedido por parte da UE", constata Ding Chun, diretor do centro de estudos europeus na Universidade de Fudan, em Xangai.

Maior exportadora do mundo, a República Popular teme, por exemplo, que seus dois principais parceiros entrem em um acordo para que "os padrões escolhidos entre a UE e os Estados Unidos sejam impostos em escala mundial, como em matéria de tecnologia, e isso sem que a China seja consultada", explica Ding.

Essa frustração é ainda mais forte pelo fato de que Bruxelas já fez progressos com outros países asiáticos. A negociação de um acordo de livre-comércio com Cingapura foi finalizada no dia 16 de dezembro de 2012, um acordo já havia sido assinado com a Coreia do Sul no dia 15 de outubro de 2009, e as negociações com o Japão foram abertas em 25 de março.

Relação conflituosa
Pequim acreditava que havia seguido as regras do jogo ao aderir à Organização Mundial do Comércio em dezembro de 2001, e depois ao respeitar os procedimentos de negociação que esta impôs. Hoje a China teme ser deixada de lado, assim que as negociações comerciais passarem da zona multilateral da OMS para um formato bilateral.

É verdade que ela negocia seus próprios acordos de seu lado, como o que fechou com o Chile em 2005, mas sua relação continua conflituosa demais com seus parceiros mais importantes, como mostra a decisão de Bruxelas de impor a seus painéis solares uma taxa de 11,8% desde o dia 4 de junho ou a recusa da UE e dos Estados Unidos de lhe atribuir o status de plena economia de mercado na OMC.

A negociação de acordos com outros parceiros importantes demorará para ter resultados. A discussão com a Coreia do Sul e o Japão sobre um acordo de livre-comércio trilateral, iniciado no dia 26 de março de 2013, permanecerá suspensa com o ressurgimento das desavenças territoriais e históricas.

Um comentário:

  1. Os EUA estão desesperados para equilibrar o comércio com a CHINA, por outro lado negociam com um bando de DUROS=europa que ñ tem como si susterem. A cegueira dos EUA param nos BRICS que deteem 51% do comércio mundial, isso sem contar também com a arrogância de não se curvarem diante dos mesmos. Tá difícil! Como diz o velho ditado e que se encaixa perfeitamente aos EUA/europa; "TRABALHAR/VENDER/NEGOCIAR PARA DUROS É PEDIR PARA DOIS".

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