sexta-feira, 20 de julho de 2012
Atentado na Síria revela fragilidade e proximidade do fim em relação à ditadura de Assad
Todos os atentados ocorridos na Síria, ou supostamente promovidos no exterior pelo regime que tiraniza esse país, têm uma especial dimensão obscura, sinistra, funesta. Não é de estranhar: a espinha dorsal do regime dos Al Assad foram e são seus todo-poderosos serviços secretos, e estes são mestres na arte de manipular terceiros, de atirar pedras e esconder a mão.
Se a isso somarmos o gosto pelas teorias conspiratórias --a "muamara" --, que os sírios compartilham com seus irmãos árabes, temos garantido um debate interminável sobre quem está por trás do atentado suicida que matou em Damasco o general Daud Rajha, ministro da Defesa do regime de Bashar al Assad, e também Asef Shawkat, vice-ministro e cunhado do mesmo tirano.
À falta de saber o que talvez nunca saibamos com uma certeza razoável --se foi uma facção jihadista mais ou menos ligada à Al Qaeda, algum lobo solitário cansado da brutalidade da repressão ou, como aventuram os opositores, o próprio regime --, o certo é que o atentado de quarta-feira (18) em pleno quartel-general da segurança do regime em Damasco é uma amostra terrível e espetacular da fragilidade do poder de Assad e seu clã. Inclusive os defensores enérgicos desse poder --em particular a Rússia de Vladimir Putin --deveriam começar a compreender que não têm o menor futuro.
Na primavera de 2011, ao começarem os protestos juvenis democráticos na Síria, Bashar e os seus optaram por reprimi-los com maior ferocidade, inclusive, que a exibida na Líbia pelo coronel Muammar Gaddafi. Desencadearam contra os opositores não só a crueldade dos agentes de seus serviços secretos, suas forças policiais e suas milícias, como também todo o poder de fogo das melhores unidades de suas forças armadas. Estavam conscientes de que, diferentemente de Gaddafi, tinham sólidos apoios regionais --o Irã dos aiatolás e o Hizbollah libanês --e internacionais --Rússia e China.
Contavam que esses apoios conseguiriam bloquear as sempre tímidas tentativas da comunidade internacional de deter violações maciças dos direitos humanos. Calculavam também que a coalizão forjada para deter Gaddafi estava tão atribulada por seus próprios problemas --eleições nos EUA, crise financeira e econômica na Europa --que não teria a menor vontade de se complicar ainda mais a vida no vespeiro do Oriente Médio.
Se as análises do regime dos Assad foram mais ou menos exatas nisso, o que não previram é que também contariam com inimigos formidáveis. Para começar, a coragem e tenacidade da população síria, cujas manifestações iniciais foram dando lugar a uma ação guerrilheira cada vez mais ousada, até o ponto de que esta semana conseguiu levar os combates até Damasco. E depois a peculiar coalizão de países árabes ou muçulmanos que, cada qual por seus próprios motivos, sustenta os opositores e guerrilheiros rebeldes: uma Turquia decidida a não ter Assad como vizinho e um Catar e uma Arábia Saudita também empenhados na queda de seu regime. Se a isso somarmos que a rebelião armada, além da fronteira turca, encontrou uma terra de acolhida no sempre volátil Líbano, já faz tempo que o equilíbrio de amigos, inimigos e meio-campistas deixou de ser tão favorável aos Assad.
Isto provocou que a aliança interna que sustentou o regime nas últimas décadas também viesse se desfazendo. Formada pelos correligionários alauítas dos Assad, minorias cristãs temerosas de um Estado teocrático islâmico e setores das burguesias sunitas de Damasco e Alepo, essa coalizão já não está tão segura de que Bashar al Assad vá terminar seus dias como seu pai, Hafez, na cama e no poder. Daí as deserções. Estas começaram com soldados e oficiais sunitas que se negavam a disparar metralhadoras e canhões contra seus compatriotas e foram se estendendo a diplomatas e militares de alta patente, alguns com ligações estreitas com os Assad.
Em sua primeira conversa com François Hollande, Putin, segundo conta Jean Daniel na última edição de "Le Nouvel Observateur", se expressou com muita firmeza sobre a tragédia síria. O russo disse que não queria que um eventual sinal amarelo de Moscou para uma ação internacional terminasse como na Líbia, com a Otan contribuindo abertamente para o ponto final --muito violento no caso de Gaddafi - do ditador. E acrescentou que temia que a queda de Assad se transformasse em um caos para a Síria e para o Oriente Médio, em que Moscou veria seus interesses prejudicados. Pois bem, Putin deveria refletir. Diante do que ocorreu na quarta-feira com o ministro da Defesa, tudo já é imaginável na Síria. E desde logo a guerra civil e o caos nacional e regional que Putin dizia temer já estão aí.
Que os rebeldes tenham conseguido levar os combates até Damasco e que não tenham podido ser desalojados rapidamente pelas forças do regime é um sintoma da proximidade do fim. A morte em atentado do ministro da Defesa é outro.
Parece até uma reportagem da veja isso crus credo, regime que tiraniza??? A Síria? Um regime que nunca sufocou a população com fundamentalismo islâmico, um país que nãos e viu nenhuma grande prisão política, qual a suposta grande prisão política da Síria antes da guerra? Antes dessa guerra a Síria era candidata a membro dos direitos humanos da ONU inclusive. Michel não sei se vc copiou o texto de algum lugar ou fez o texto, mais com toda sinceridade isso não vale um centavo a nível de informação, esse texto acima é um dos inúmeros textos de propaganda política barato e gratuito empurrando em cima de pessoas que aceitam unicamente por ignorância e falta de espirito o que a mídia diz, muito decepcionante um texto tão chulo em um blog do qual sempre tive grande respeito, com toda sinceridade mesmo. Ou acredita no conto de fadas de que os rebeldes querem uma Síria melhor com todo carinho ocidental por ela????
ResponderExcluiro engraçado nessa história toda, que desde do início o assad culpou a oposição de estar armada, e tem gente que não consegue enxergar isso, a mídia $$$$$$$$ diz que eram pessoas desarmadas, só que em poucos meses misteriosamente surgiram desertores ás dezenas de milhares o els sírio fala já em 50.000 desertores , e misteriosamente bem organizados e ainda mais misteriosamente em cidades estratégicas da síria, mais ainda tem quem saia dizendo aos quatro cantos que a oposição no início era pacífica, pessoas que acreditam nessa balela, devem achar que caiu do céu ás armas, a organização dos guerrilheiros devem ter vindo por telepatia,e a disputa da política mundial tem na américa do norte e europa pessoas que amam a humanidade,e pra completar a comédia da política mundial no mundo em que vivemos hoje dar UM voto vale muito mais do que saúde, segurança, educação porque ninguém reclama da falta disso reclamam de poderem votar, nossa a mídia do século e os crentes dessa mídia estão de parabéns, mentir coisas absurdas não é nada fácil.
ResponderExcluirA fonte original é o jornal espanhol El Pais, jornal que normalmente não desce a lenha nos árabes. Eu sou simpático do árabes, sou simpático da Síria, mas não concordo com o que você falou. A Síria de Assad, sempre financiou o fundamentalismo islâmico. Basta ver aquela famosa reportagem do Roberto Cabrine, quando estava na BAND sobre a Síria.
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