quarta-feira, 25 de maio de 2011

Memorando interno da Otan revela medidas para conter ameaças de ciberataques

Um memorando interno da Organização do Tratado do Atlântico Norte obtido por “Der Spiegel” demonstra como a aliança militar está preocupada com as ameaças do ciberespaço e como ela pretende enfrentá-las “de frente”. O documento também adverte os membros da Otan que, para que as suas defesas comuns sejam robustas e seguras, cada um terá que fortalecer as suas defesas nacionais contra esse tipo de ataque.

A Otan está aumentando cada vez mais as pressões sobre os seus membros para que estes fortaleçam as suas defesas no ciberespaço e tomem medidas mais agressivas contra os chamados “ciberatacantes” que atuam na Internet, segundo um memorando interno do secretário geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, que foi obtido por “Der Spiegel”.

O documento, intitulado “Conceito sobre Ciberdefesa da Otan”, adverte que a “escala e a sofisticação dos ciberataques contra as próprias redes da Otan e contra as infraestrutura críticas dos seus aliados estão aumentando sem parar” e observa que a ameaça evoluiu de “ações preponderantemente de espionagem e de exploração... para ataques de efeitos generalizadas”.

O documento enfatiza que é não apenas “vital garantir que o acesso ao ciberespaço seja confiável e seguro”, mas também que a Otan “esteja preparada para antecipar, prevenir e defender” contra qualquer ameaça externa nessa área – e ainda que a organização confronte essa ameaça “de frente”.

“O crescimento exponencial do volume e da sofisticação das atividades maliciosas no ciberespaço, bem como a velocidade com que isso tem acontecido, evidenciam a necessidade de enfatizar mais a prevenção em vez de a reação”, declarou Rasmussen no documento. Para atingir esse objetivo, ele acrescentou que a Otan e os seus aliados precisam “criar e, se necessário, desenvolver uma rede robusta de capacidade de defesa profunda no ciberespaço a fim de atrasar o avanço dos atacantes, proporcionar detecção antecipada por meio da vigilância e instrumentos de alerta avançados e conter danos potenciais”.

O documento revela muita coisa sobre como a aliança militar encara a atual ameaça e como ela responderia. Embora o texto admita que terrorista, criminosos e “hackers renegados” poderiam lançar ataques, ele diz que “os Estados continuam sendo as fontes mais capazes de ciberataques”. Segundo o documento, se um dos países membros da aliança fosse alvo de uma ataque desse tipo, o Conselho do Atlântico do Norte teria que tomar uma decisão coletiva a respeito de como responder.

Um compromisso de longo prazo
A seguir o memorando expõe uma lista de medidas planejadas para melhorar “as capacidades da Otan de detecção, avaliação, prevenção, defesa e recuperação em caso de um ciberataque”. Entre as medidas propostas estão o desenvolvimento de “defesas mais sofisticadas” e a centralização da “governança da defesa no ciberespaço para todos os comandos e agências da Otan sob uma única autoridade, a Autoridade de Gerenciamento de Ciberdefesa”. Rasmussen deverá apresentar os detalhes desse “plano de ação” em junho.

O memorando da Otan também reconhece que a eficácia um sistema amplo de ciberdefesa ao qual vários Estados membros tivessem acesso dependeria da eficiência do seu elo mais fraco. Por esse motivo, ele encoraja os membros da aliança a “alcançarem um patamar mínimo de ciberdefesa a fim de reduzir as vulnerabilidades a infraestruturas nacionais críticas, fortalecendo desta maneira a resistência a ataques e reduzindo os riscos para toda a aliança”. Para isso, acrescenta o texto, será necessário “um compromisso de longo prazo”.

O documento indica que a aliança pretende contar com “capacidade operacional integral” para responder às ameaças do ciberespaço até 2012.

Na Alemanha, o Conselho de Segurança Nacional do Ciberespaço fez recentemente a sua primeira reunião para coordenar os trabalhos do seu recém-criado Centro de Resposta Nacional no Ciberespaço.

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