segunda-feira, 18 de março de 2013

O início da mudança de posição do Ocidente em relação à Síria


É um desfile diário de barbáries a que estamos assistindo nos últimos dois anos?

O espetáculo de um país devastado, de suas cidades destruídas, a macabra contabilidade das vítimas --mais de 70 mil mortos, por baixo-- ou a extensão da tragédia humanitária --1 milhão de refugiados-- ou, ainda, os riscos agravados a cada dia de desestabilização regional?

No entanto, o segundo aniversário da revolta síria está sendo marcado por um início de mudança das posições britânicas e francesas. Londres e Paris dizem estar prontas esta semana a entregar armas à rebelião síria. Pela primeira vez.

O governo do Reino Unido e da França estão fazendo uma constatação factual. Os ocidentais se atinham até então quase a uma política de não-engajamento militar no conflito sírio: nada entrega de armas a uma oposição dividida e amplamente coordenada por grupos armados jihadistas --os primos ideológicos daqueles que a França combate no Mali...

Havia o temor de que fosse reforçada uma corrente islamita radical que contribuísse para o caos e a destruição. Mas esse não-intervencionismo não impediu nada --nem o caos, nem a destruição. A Síria está devastada. O regime de Bashar al-Assad não manifestou nenhuma contenção. Ele ordenou o bombardeamento aéreo de suas próprias cidades, de seu próprio povo, em uma extravagância de selvageria com poucos precedentes na História.

Provavelmente os Estados Unidos e a Europa têm menos capacidade de influência sobre esse conflito do que se imagina. Mas essa forma de neutralidade militar contribuiu para o impasse de hoje. O regime resiste, ainda tem apoios, ele pode acreditar que acabará vencendo militarmente. A rebelião não apresenta nem uma frente política, nem uma frente militar suficientemente unida para fazer diferença.

Isso explica a continuidade de um confronto mortífero, que beneficia Bashar al-Assad: nada o incita a negociar. Ainda mais por receber tudo aquilo de que precisa para se manter. A Rússia, o Irã, o Iraque (o governo xiita de Bagdá), o partido libanês Hezbollah, encaminham todos os dias para a Síria armas pesadas, munições, conselheiros e até mesmo combatentes.

O regime de Damasco não negociará sem uma mudança no atual equilíbrio de forças, disseram François Hollande e Laurent Fabius na quinta-feira a seus parceiros da União Europeia (UE) reunidos em Bruxelas. Londres e Paris não querem mais ser associadas ao embargo sobre as entregas de armas decretado pela União Europeia --e que, de qualquer maneira, deverá ser renovado em maio.

Sem dizê-lo explicitamente, os Estados Unidos estão passando para a mesma posição. Eles já estariam treinando unidades da rebelião no manejo de mísseis solo-ar.

A maioria dos 27 países-membros da UE é contra a mudança de posição da França e do Reino Unido. Eles temem somar mais guerra à guerra. Eles receiam favorecer uma situação como a da Somália. Eles têm medo de que Londres e Paris exterminem qualquer possibilidade de cooperar com Moscou para acabar com essa tragédia.

A argumentação tem seu sentido. Existem riscos na nova posição de Londres e de Paris. Mas há mais riscos ainda em não se fazer nada: dois anos de massacres e de destruições são prova disso.

11 comentários:

  1. Quanta mentira.A OTAN desde do início forneceu armas,munições, comida ,dólares , estratégias para destruir o governo da Síria. Os países são EUA (claro),Israel, França,Alemanha, Inglaterra, todos interessados em mudar o direito do povo da Síria a sua alto-determinação. Mas por quê ? Novamente a música de uma nota só:domínio do petróleo e gás do Oriente-Médio. Esperam com isto chegar até o Irá e roubar suas riquezas. Mas porquê DEUS colocou o petróleo debaixo dos pés dos árabes ???

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    1. A OTAN é muito vasta. Creio que você não se ateve aos detalhes.

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    2. A unica fonte que o tal El Pais pode ser é a de desinformação.

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  2. Para quem tem estomago, eis um pouco da democracia ocidental imposta pelos terro-rebeldes.

    http://www.dailymotion.com/video/xtkuzl_yyyyyy-yyyyy-yyyyy-yyyy-yyyyy-yyy-yyyyyyy-yyyy-18_news

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    1. é esse o tipo de pessoas que o Ocidente financia, uns terroristas
      os EUA e a Europa não tem nenhum moral...video chocante mesmo...

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  3. Estou torcendo q p armem bem os revoltosos,q os mesmos derrubem o Assado e montem o governo e partam p cima dos judeuss p retomarem GOLAM c essas armas novas e modernas...a td q apoiarem os judeuss. Criador x criatura.Mt bom.Quem viver verá.Sds.

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    1. É Golã que se escreve. O Assad nunca abriu mão das Colinas e sempre deixou claro que iria atacar Israel em tempo oportuno. Certa vez Assad falou: "O que foi tomado pelo sangue, será retomado com sangue."

      Você não precisa guerrear com Israel para retomar as Colinas, Israel já queria devolvê-las para a Síria.

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    2. E a Síria não aceitou?

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