sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Le Monde: Presidente egípcio sai fortalecido após mediar trégua entre Israel e Hamas

Mohamed Morsi

O presidente egípcio, Mohamed Morsi, manteve a discrição na quarta-feira (21) à noite. Ele deixou para seu ministro das Relações Exteriores, Mohamed Amr, o cuidado de anunciar o acordo de trégua entre Israel e o Hamas. Mas os enfáticos agradecimentos que ele recebeu, tanto dos dois beligerantes quanto dos Estados Unidos, dizem muito sobre o papel de pivô que ele teve no cessar-fogo em Gaza.

Assim, Hillary Clinton, presente no Cairo, ficou contente pelo fato de que o Egito, sob sua direção, continua a ser “a pedra de toque da estabilidade regional e da paz”. Quem teria adivinhado que, cinco meses após sua eleição, o membro da Irmandade Muçulmana Morsi atrairia para si tais elogios por parte de Washington? O ultranacionalista Avigdor Lieberman, chefe da diplomacia israelense, normalmente alérgico a islamitas, também exaltou a ação do Cairo. Sem contar os parabéns de Khaled Meshaal, o líder do braço político do Hamas, que não deixou de saudar o comprometimento de seu irmão egípcio com a causa palestina.

Bastaram oito dias ao novo presidente egípcio para calar as armas, ao passo que em 2009, durante a operação “Chumbo Fundido”, as hostilidades só cessaram ao final de 22 dias. É verdade que na época, Hosni Mubarak, muito desconfiado do Hamas, uma excrescência da Irmandade Muçulmana, não havia visto com maus olhos o ataque israelense. A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, chegou a ir pessoalmente ao Cairo para avisá-lo da iminência da ofensiva. A passividade do velho autocrata durante os bombardeios irritou a opinião pública egípcia e contribuiu para a revolta popular, que viria a derrubar seu regime dois anos mais tarde.

Importante teste
Diante de um importante teste, que mostraria para o bem ou para o mal sua capacidade de representar uma verdadeira mudança, Mohamed Morsi tinha o dever de agir, e rápido. Depois de se sacrificar no ritual anti-israelense, chamando as incursões das Forças de Defesa de Israel de “agressão contra a humanidade”, ele convocou o chefe das moukhabarrat (serviços secretos) a abrir negociações com todos os grupos armados palestinos. Um rumor inverificável chega a atestar que um dirigente israelense esteve presente no Cairo e que participou, por intermédio dos egípcios, dessas negociações. Discussões que logo avançaram, tanto que desde domingo (18) a possibilidade de um cessar-fogo já se esboçava, para ser acordado três dias mais tarde.

Ao mesmo tempo comprometido e pragmático, rápido e astuto, Morsi se deu uma bela vitória pessoal. No entanto, o mais difícil está por vir. Isso porque o acordo patrocinado por seus serviços é quase idêntico ao que foi fechado quatro anos atrás, após a operação “Chumbo Fundido”. Ele implica um aliviamento do bloqueio sobre a Faixa de Gaza, tanto do lado israelense quanto do lado egípcio, com a reabertura integral do terminal de Rafah. Como em 2009, Israel também obteve dos Estados Unidos a garantia de que eles se empenharão em fazer com que seja interrompido o tráfico de armas para a Faixa de Gaza.

Os meses após a “Chumbo Fundido” logo mostraram que nenhuma dessas cláusulas seria respeitada. Israel aceitou retirar só parcialmente seu bloqueio e o abastecimento de armas para Gaza só se acelerou, com a entrega dos famosos mísseis Fajr-5, de confecção iraniana, através do Sudão e do Sinai.

Será que Morsi conseguirá se sair melhor? Obter verdadeiras concessões tanto de Israel quanto do Hamas? É o desafio das discussões que devem ser abertas nos próximos dias no Cairo.

9 comentários:

  1. Sai fortalecido só na propaganda e temporariamente, daqui uns meses Israel e grupos palestinos estarão guerreando de novo, é o que eles mais sabem fazer. Israel disse que a guerra de Gaza serviu como treino para enfrentar o Irã
    http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/para-israel-ataque-a-gaza-foi-teste-para-confronto-com-ira
    Premiê de Israel o Netanyahu no início do mês já havia dito que Israel atacará sozinho o Irã quando achar precisohttp://veja.abril.com.br/noticia/internacional/para-israel-ataque-a-gaza-foi-teste-para-confronto-com-ira
    Ás armas iranianas usadas pelo Hamas e até o Irã já confessou que o Hamas fabrica armas com auxilio do Irã, não mostraram nada demais em, qual alvo israelense importante foi atacado pelo Hamas em 8 dias? O único feito foi atacar Tel Aviv.
    No entanto mais uma vez Israel também não conseguiu lá esses estragos todos sobre o Hamas, o Hamas sabe muito bem esconder seus equipamentos. Duvido que em menos de um asno o Hamas não esteja mais forte até do que antes desses ataques.


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    1. Putz! A referencia do cara é a "veja" Barbaridade!!!

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  2. Também porque os EUA não elogiaria um membro da irmandade muçulmana se desde que chegaram ao poder vem fazendo tudo que Washington quer, combatem o Assad, combateram o Kadafi, vem mantendo boas relações com ás monarquias do Golfo, com o Catar então estão ótimas, porque os EUA iria reclamar do governo egipcio? Os EUA não ia deixar o Mubaraki cair sem saber quem entraria no lugar dele, é ingenuidade achar que o povo egipcio do nada descobriu que tinha um corrupto q fazia nada no poder e sozinho foi lá e derrubou ele, esses são os contos de fadas de mídia. Os EUA já financiou fundamentalistas islâmicos antes, porque não voltaria a fazer o mesmo depois de tentar em vão derrota-los por mais de 10 anos?

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  3. Os yankees compram quase todo mundo, a irmandade muçulmana foi comprada por eles, podem ver que tudo que eles querem batem com os interesses americanos, é besteira se opor aos EUA, eles no final quase sempre se dão bem agora o Assad está lá todo ferrado na guerra. Se os EUA tivessem querido o velho Mubarak teria continuado a mandar no Egito até o último dia de vida dele, isso é fato.

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    1. A Irmandade Muçulmana compactuando com os EUA? Em que livro você leu isso?

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  4. Outro financiador da irmandade muçulmana e o Emir lá do Qatar o Khalifa, ele deu 10 bilhões de dólares em investimentos no Egito, ele é o mediador dos EUA no golfo, trabalha pros yankees desde do dia q derrubou o pai dele do poder em um golpe, a irmandade muçulmana se tornou uma farsa.

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  5. Isso eh q eu chamo de cascata da grossa, ou seja, os EUA/iSSrael=IV Reich/OTAN fazendo festinha para um comandado da CIA/MOSSAD. Vamos todos apostar q as medidas ditatoriais imposta por esse novo filo-ditador, implantado no EGITO, NAO sofrerao criticas e pior serah um NOVO MUBARAK. Assim a grana de iSSrael/EUA continua correndo solta no Egito, por essas coisas q o MUBA e sua prole nao tem onde mais enfiar grana. Pergunto algum dos vagabundos da OTAN bloqueiou a grana dessa familia de fdp`s? NAO! Entao esse ditadorzinho de m... tb vai ficar rico como todos os dotadores apoiados pelo ocidente maravilha. Espero q o povo egipcio de conta desse e da tia Hilaria, boneca vislumbrada, e trate iSSrael como um povinho assassino.

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  6. Chefa ser irônico vc se refirir a Israel com 2 SS emn clara referência a SS nazista, sendo que osa judeus foram exatamente os que mais se ferraram com os nazistas.

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    1. Eu não teria tanta certeza ao afirmar o que você afirmou. Se você compreende o idioma inglês, você saberá o que o link a seguir fala: https://sites.google.com/site/onedemocraticstatesite/archives/51-documents-zionist-collaboration-with-the-nazis-by-lenni-brenner

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