quinta-feira, 22 de novembro de 2012

França retira suas últimas tropas do Afeganistão

Fuzileiros franceses no Afeganistão 

A coluna de blindados tomou a estrada tranquilamente, pouco depois das 11h. “Adeus, Nijrab! Não sentiremos sua falta!” Após sete meses de missão, os soldados do 16º batalhão da infantaria de Bitche deixaram, na bela e fresca manhã de terça-feira (20), a última base de combate mantida pelo exército francês no Afeganistão. Eles partem com um sorriso, fazendo piadas, felizes pelo encerramento. Aliviados por estarem no final daquilo que lhe pediram nessa difícil guerra.

Nijrab, ao norte de Cabul, na província de Kapisa, acaba de ser devolvida ao exército afegão após uma sóbria cerimônia protegida pela Otan – com aviões de espionagem, aviões não-tripulados, helicópteros. O general francês Eric de Hautecloque-Raisz desejou boa sorte a seus homólogos. “Estamos nos separando, mas nossa relação permanece”, saudou seu congênere, Zaman Waziri. Na estrada, o comboio passou em frente a um outdoor publicitário, de cores já desbotadas pelo forte sol das montanhas; ele mostra um militar francês apertando a mão de um afegão.

Depois da transferência da base de Tagab, dois meses antes, a página da guerra em Kapisa está sendo virada nesta terça-feira em Nijrab, e logo a da guerra no Afeganistão. Todos se lembram do balanço francês: 88 mortos, centenas de feridos, ferimentos invisíveis que perdurarão. Para os soldados, “a missão está cumprida”. Afinal, eles dizem, a situação política tão incerta deste país não é assunto dos militares. “Você se dedica a fundo, tem vontade de ir cada vez mais longe, fazer cada vez mais, mas há um momento em que é preciso voltar para casa”, ressalta o tenente-coronel Guillaume Leroy, oficial de comunicação.

Perto de Nijrab, nos salões meio kitsch de seus escritórios de Mahmud-e-Raki, onde na véspera foi realizada sua última reunião de segurança com os franceses, o governador de Kapisa, Mihrabudim Safi, não disse coisas muito diferentes: “Este país vem enfrentando três décadas de guerra, ele precisa de desenvolvimento em vários domínios, na agricultura, na educação, na saúde”.

O cronograma da volta foi adiantado em um ano pelo presidente François Hollande. Uma decisão “límpida”, segundo um oficial em Cabul. Isso porque nos últimos meses o sentido dessa missão quase que se perdeu definitivamente. Após um sangrento primeiro semestre de 2011 de combates contra os insurgentes de Kapisa, as operações desaceleraram sob ordens de Nicolas Sarkozy. Foi um número excessivo de baixas, nessa guerra mal quista pela opinião pública.

O slogan da contra-insurreição, “conquistar os corações e mentes”, foi então apagado. Em vez disso, treinaram o exército afegão para lhe entregar as chaves do país. Depois de 20 de janeiro de 2012, quando um afegão matou cinco militares no posto de Gwan, houve uma quebra de confiança. As medidas de segurança foram reforçadas, levando os franceses a formarem “bunkers” em suas bases. “Éramos como os americanos”, dizem alguns.

“O exército afegão está preparado”, agora repetem todos os oficiais franceses. No entanto, em Tagab a França não deixou as chaves inteiramente para os afegãos. Os americanos assumiram parte da missão – 250 soldados em Tagab, quase 400 no total nas regiões de Surobi e Kapisa que ficavam sob responsabilidade francesa. Suas forças especiais, ainda numerosas, continuam com uma intensa campanha de eliminação dos líderes insurgentes.

O exército afegão está preparado, também acreditam os oficiais afegãos, orgulhosos do trabalho cumprido. “Começamos do zero com a ajuda dos franceses quando eles vieram quatro anos atrás para Kapisa”, afirma o general Kahisar Merdheel, à frente do centro de coordenação das forças de Mahmud-e-Raki. “Agora meus homens têm 80% de independência para agir”.

O exército afegão conta teoricamente com 4.700 soldados nessas duas províncias. Mas somente mil deles seriam destacados permanentemente. No domingo (18), em Mahmud-e-Raki, o govenador exortou o exército e a polícia a estabilizarem seus membros em Kapisa. “Somos quase autônomos em nossas operações, mas temos um problema de equipamentos”, acredita o coronel Haqmal Bbabgul, número dois da 3ª brigada afegã. Esse pashtun francófilo frequentou a Escola de Guerra em Paris. Ele pede por aviões e armas pesadas. E observa que “quando os americanos disseram que retirariam seus combatentes do Iraque, restavam 35 mil deles”.

Segundo a versão oficial da ISAF [Força Internacional de Assistência para Segurança], os insurgentes talebans estariam reduzidos a alguns pequenos bolsões de resistência, em Candahar, em Wardak e em Paktika. Na região mais dura do Helmand, ao sul, uma única cidade, Nahr-e-Saraj, corresponde a 12,5% dos incidentes registrados segundo os critérios da Otan em todo o país. A situação é muito diferente em Kapisa, onde a insegurança endêmica que predomina em Tagab e Alasay tem motivações mais ligadas a clãs e crimes.

“Não vi nenhuma zona no local que tenha sido retomada desde a saída dos franceses, assim como no resto do Afeganistão, mesmo em Helmand”, afirma o general Olivier de Bavinchove, chefe do Estado-Maior da coalizão da Otan. “Atacamos o coração da insurreição por meses eliminando uma grande quantidade de líderes, de nível intermediário. Em Kapisa e em Surobi, as forças de segurança são dez vezes mais numerosas que a insurreição, elas não podem perder”.

Segundo o general De Bavinchove, agora pouquíssimos insurgentes de Kapisa vêm ao Paquistão. Cada vez mais combatentes que faziam bate-voltas entre os dois países se recusam a voltar a atravessar a fronteira do Paquistão em razão da mira da Otan. Para ele, “o movimento taleban não é poderoso, é resiliente. Nos próximos anos, a insurreição continuará endêmica, localizada. Seus líderes farão acordos locais”.

O afiado general Barakatullah, uzbeque, comanda a 3ª brigada afegã, que trabalhou com os franceses. Quando perguntam a esse guerreiro de fina barba branca quem será seu inimigo nos próximos cinco anos, ele menciona a discussão política em andamento com os grupos insurgentes. “A experiência dos últimos anos doze mostrou que a guerra não era uma solução nesse país. O caminho da vingança não permitirá que o país se estabilize. Estamos buscando a solução, temos esperança de que ela não seja militar”.

11 comentários:

  1. Essa retirada tem nome: FALTA DE GRANA.Os impérios se crianram em cima dos sakes , daís os corsários inglese, piratas em nome de sua magestade a serviço da pátria....sem isso, moralmente ñ aceito, ainda q praticado por baixo dos panos. Temos como exemplo os sumiço de 9 bilhões de dólares dos cofres do Irak....Os ratos abandonando o navio...Outros vaõ seguir a frança.Quem viver verá.

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  2. Os generais Werhmacht devem estar dando gargalhadas pelo recuo da Franca. Segundo a lenda agora eh falta de grana, mas 1939 com muito mais armas q o exercito alemao foram postos pra correr, pois o resto nos jah sabemos. Os russos libertaram a europa do louco de bigode, alias 2/3 da Werhmacht lutaram na frente russa; a frente ocidental sempre foi um passeio apesar dos ditos aliados terem decifrado o codigo alemao. Franca toma vergonha na cara!

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    1. Vocês tiram umas coisas da carola que eu vou lhes contar... Ninguém está dando risada de ninguém. França sempre foi um país rebelde dentro da OTAN e que quase nunca concordou com os EUA na aliança. O mesmo acontece com a Alemanha. Me diga: O que a França tem a ganhar mandando tropas para o Afeganistão e gastando dinheiro?

      A França perdeu para a Alemanha não por falta de dinheiro, mas sim por ter armas e uma doutrina ultrapassada. A sorte da Alemanha foi que a França não quis atacar a Alemanha quando Hitler quis ocupar a Renânina. (http://codinomeinformante.blogspot.com.br/2010/07/primeira-vitoria-militar-de-hitler.html)

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    2. Olah Michel
      O q foi mesmo q a franca/italia/alemanha e o resto dos europeus foram fazer no Afg? Soh pode ser gastar dineiro, pq defender os EUA eh q nao pode ser, pode ateh ser um livra cara do Sarkosy=judeu para c/a AIPAC e recebeu em troca a tirada do SK da jogada, via CIA. Mas como esse filhote da CIA era muito ruim, nao deu neh! Mais uma vez a soldadesca estao indo embora, agora, por falta de grana e nao por vergonha na cara. Quais foram mesmo as vitorias dos soldadinhos da franca no AFG? Sera q vao desfilar no Arco do Triunfo com algum trofeu de guerra? Vc nao acha q essa noticia eh para gastar espaco em branco na folha de jornal e/ou ocupar tela no micro! Eh cansativo ler sobre europa, continentes de duros, chega neh!

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    3. Foram destituir o Talibã do poder, o que foi bem-vindo no meu modo de pensar. Não sei se você sabe, mas o Afeganistão abrigava Osama Bin Laden, o maior inimigo dos EUA à época. E não sei se você sabe, o EUA pediu a ajuda da OTAN, e é um dever de todo membro da OTAN sair em defesa dos membro da aliança.

      Pra começo de conversa, o Sarkozy não mandou as tropas francesas para o Afeganistão, haja vista que nem estava no poder. O Sarkozy não é judeu. Não sei de onde você tirou isso.

      Os franceses não tem do que vangloriar, mas eles tomar conta e bem da província de Kapisa.

      Meu papel é informar, independente da notícia. Um texto que faz um breve balanço do trabalho das tropas francesas no Afeganistão não pode ocupar espaço.

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    4. Ker dizer q a mamae do Sarkosy nao era judia grega, casada com ex-nobre hungaro. Q foram refugiados hungaros na franca, na ilha da Corsega, pq naquela epoca, franca, nao aceitavam refugiados no continente. Puxa vida, vc de outra feita disse q IV Frota nao existia (em 31/03/64, estavam perto da baia de Guanabara com combustivel para policia militar(Exercito Brasileiro) do USArmy. Entao o Sarkosy nao eh judeu, tah! Fazer o q?!?

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    5. Você pesquisou aonde a vida de Sarkozy? Você faz várias confusões. Primeiro estamos a falar de Sarkozy e não de sua mãe e de seu pai, okay? Pelo que sei, os avós paternos de Sarkozy eram católicos convertidos o que me faz crer que o pai de Sarkozy não era judeu. Pelo que me consta, sua mãe era de família judia, mas não processava tal fé, pelo contrário. A mãe e o pai de Sarkozy se casaram em uma IGREJA em Saint-François-de-Sales. Sarkozy é praticamente da fé católica.

      Sim, eu disse que a IV Frota não existia. Aliás, disse que só existia no papel, uma vez que não tem um navio se quer. A IV Frota, até aonde eu sei, nunca fez uma missão de patrulha desde que foi recriada em 2008. Como que a IV Frota esteve no Brasil em 1964, sendo que ela só existiu de 1943 a 1950? (http://www.reuters.com/article/2008/09/18/us-brazil-oil-usa-idUSN1827567620080918)

      Procure se informar. Ah, e aprenda a escrever o nome correto de Sarkozy antes de falar de sua vida.

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    6. Ola Michel!
      Nao disse q o seu era judeu, sim sua progenitora. Se vc sabe tanto do Sarkosy, vc devia saber tb q ele tambem teve como padrasto o 2o. homem da CIA, ou vc nao sabia disso! Vc tambem sabe das ligacoes c/antigo ministro Baladour? Olha sao tantos podres q em uma folha A4 eh pouco, depois eu te conto.
      IV Frota! Pq entao falam RECRIA-LAH!
      Pergunta q nao me deixa calar: Vc eh de ascendencia judia? Senao, tem tudo pra ser. Vc nao aceita nada, vc parece q recebe salarios da AIPAC, = a tia Hilaria, tah dificil!

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    7. Caro Michel

      O nome do Sarkosy correto, leva um trema na letra O, ou serah q vc esqueceu, pois sua reprimenda nao alcancou o trema!

      Vou lhe esclarecer tambem, NAO TENHO FOBIA ANTI-SEMITA(sou contra qq fobia racista e contra o Bigode eternamente) E TENHO BONS AMIGOS JUDEUS E AINDA, NAO CONCORDAM MUITO COM AS POSICOES DA PATRIA.

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    8. Eu nunca li em um site sério que a mãe de Sarkozy era judia. Ela nasceu em uma família de origem judaica, mas isso não quer dizer que ela era judia. Quando Sarkozy nasceu, sua mãe era convertida ao cristianismo católico, isso sim é um fato. Só isso tira os seus “argumentos” de que Sarkozy era judeu. Você escreveu que Sarkozy era judeu mais acima. Vai negar isso?

      Eu já que o padrasto de Sarkozy, Frank G. Wisner II, trabalhou na CIA. Mas o que isso tem a ver com a discussão? Sinceramente, nem me interesso por esse assunto. Aliás, nem me interesso sobre a vida de Sarkozy. O que sei da vida dele pesquisei porque ele ascendeu ao cargo mais poderoso de uma das nações mais poderosas do mundo. Pouco me importa sua origem. No entanto, muito me importa a verdade. Você nunca mais diga que alguém é alguma coisa sem ser. Sarkozy nunca foi de fé judaica.

      Sobre a IV Frota: Eles de fato recriaram a mesma, mas ela nunca fez uma missão de patrulha desde sua recriação. Por isso que eu falo que há muita falácia sobre a IV Frota e que ela não mete medo em ninguém, haja vista que não tem um navio se quer.

      Apesar do meu primeiro nome ter origem hebraica, eu não sou judeu. Eu tenho tudo para ser judeu? Nossa, pelo visto você não lê o que eu escreve dos sionistas, né?

      Eu não aceito nada? Eu não aceito informações equivocadas/erradas. Você deu informações erradas aqui, você quer que eu, na condição de informador, aceite erros de informação?

      A American Israel Public Affairs Committee me pagando? É mais fácil eles mandarem o Mossad ou a CIA me materem.

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    9. Eu sei que sim. Mas eu como eu falo português e não sou obrigado a escrever o nome de Sarkozy ao pé da letra. Aliás, nós brasileiros não somos obrigados a escrever nomes de gringos como caráteres especiais, não sabia?

      No mais, o nome dele não se escreve com “S”, mas sim com “Z”.

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