sexta-feira, 23 de novembro de 2012

El País: Armas que abastecem o Hamas passam por Iêmen, Sudão e Egito

Foguete palestino rasga os céus de Gaza 

Na manhã de 24 de fevereiro de 2009, as autoridades sudanesas convocaram com urgência um responsável da embaixada dos EUA em Cartum. Segundo relata um telegrama da diplomacia americana, o governo criticou Washington pelos bombardeios cometidos nessas semanas, nos quais morreram 88 pessoas e foram destruídos 31 veículos de duas caravanas. "Supomos que foram seus aviões", um dirigente sudanês espetou o diplomata americano.

Os sudaneses estavam enganados. Os bombardeios, como esclarecem telegramas posteriores, foram efetuados pelas forças israelenses. Seu objetivo: conter o florescente abastecimento de armas à Faixa de Gaza na rota Irã-Iêmen-Sudão-Egito-Gaza. Episódios semelhantes também se reproduziram nos últimos anos, por exemplo, em abril de 2011, ou em outubro passado, quando uma explosão misteriosa atingiu uma fábrica de armas em Cartum.

Esses episódios lançam luz sobre a rede de abastecimento do Hamas, um aspecto central para a compreensão do conflito e das negociações. Um dos principais interesses de Israel é frear esse tráfico que fortalece o Hamas; o Egito, por sua vez, joga hábil e veladamente com seus esforços de vigilância.

O caótico Iêmen é um mercado negro ideal de armas, e, com o Sudão, uma excelente escala para eventuais remessas iranianas. O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, gabou-se na quarta-feira (21) da "ajuda militar" que seu país oferece ao Hamas. "Estamos orgulhosos de que seja ao mesmo tempo ajuda econômica e militar", disse. Algumas horas depois foi o líder do Hamas no exílio, Khaled Meshal, quem admitiu e elogiou a contribuição de Teerã. Muitos analistas concordam que o Hamas possui foguetes Fajr 5, de fabricação iraniana e com alcance de 75 km. Também, segundo os especialistas, dispõe de diversas variações dos Grad.

Os telegramas dos EUA mostram em detalhe a grande frustração de Israel diante da passividade do Sudão e, sobretudo, do Egito; a pressão de Washington contra o Iêmen para sobrevoar suas águas territoriais com aviões não tripulados e assim aumentar a capacidade de interceptar os carregamentos no mar Vermelho; e a intensa atividade de construção de túneis entre o Sinai e a Faixa de Gaza, o último trecho da rota: 970 entre 2005 e 2009, segundo admitiu Omar Suleiman, então chefe dos serviços secretos egípcios. Esse quadro se complicou com a ascensão ao poder no Egito da Irmandade Muçulmana, muito mais próxima do Hamas que o regime de Mubarak.

Não é por acaso que Ahmed Jabari, o comandante militar do Hamas cujo assassinato provocou a atual escalada de violência, fosse exatamente um homem- chave nesse fluxo de armas.

Um comentário:

  1. Se lançaram uns 1000 mísseis , só 100 caiu estabanada/ em solo judeuSS. Os invasores SSioniSStraSS estão c excelentes defesas ,o seu domo de ferro; funcionou.Tem q ser mísseis anti DAM...P Ontem.Sds.

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