sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Crise provoca aumento da migração de sul-europeus para a Alemanha

Portão de Brandenburgo (Brandenburger Tor), Berlim, Alemanha

A Alemanha está se tornando um país cada vez mais atraente para os indivíduos do sul da Europa que estão em busca de emprego, especialmente gregos e espanhóis desempregados que nos últimos anos seguem para o norte em busca de trabalho, segundo revelou um estudo divulgado nesta quinta-feira pela Agência Federal de Emprego da Alemanha.

Segundo o estudo, ao final de maio deste ano havia um número significativamente maior de cidadãos gregos, espanhóis, portugueses e italianos trabalhando na Alemanha do que um ano antes. Esse número chegou a 452 mil, o que representa um aumento anual de 6,5%, que é considerado superior à média. No decorrer do mesmo período, a força de trabalho total teve um crescimento de apenas 1,6%.

Os números referem-se a dados relativos ao índice de emprego compilados pela agência. Alguns desses dados foram analisados levando em conta a nacionalidade dos indivíduos. Eles revelam que, ao final de maio deste ano, 117,7 mil gregos, 46 mil espanhóis, 55,6 mil portugueses e 232,8 mil italianos tinham empregos na Alemanha. No entanto, a agência observa que alguns dos estrangeiros incluídos nessas estatísticas poderiam já estar morando na Alemanha, tendo entretanto encontrado um emprego somente nesse período específico. Porém, de acordo com a agência, a maioria deles provavelmente imigrou recentemente.

O risco de perder o emprego também varia bastante de acordo com os países dos quais são oriundos os trabalhadores do sul da Europa, segundo revelam os dados. Embora o número de italianos desempregados tenha tido uma queda anual de 6,4% em junho, o que é mais do que a média, o número de espanhóis que procuravam um emprego no mesmo período aumentou 10,5%, chegando a quase 8.000. O número de gregos em busca de trabalho subiu 4,1%, chegando a 26,8 mil no período, enquanto que o de portugueses em situação similar manteve-se praticamente inalterado, na casa dos 8.500.

Aumento do desemprego na Grécia
Enquanto isso, o número de desempregados na Grécia continua a subir. Segundo estatísticas oficiais gregas divulgadas nesta quinta-feira, o desemprego no país atingiu o patamar recorde de 23,1% em maio deste ano, o que representa um aumento de 6,3% em relação a maio do ano anterior. Mais de 1,15 milhão de pessoas encontram-se desempregadas em uma nação que tem menos de 11 milhões de habitantes, e a situação é particularmente crítica para os jovens com menos de 24 anos, para os quais o índice de desemprego é de 54,9%.

As pessoas desempregadas na Grécia só podem receber dinheiro do seguro desemprego por um período máximo de um ano. Depois disso, o governo não fornece a elas nenhum auxílio. Nesta quinta-feira, os dois maiores sindicatos de funcionários do setor privado e público – o GSEE e o ADEDY, respectivamente – alertaram para o perigo de uma “explosão social” no país.

Mas existe um fio de esperança para a economia grega. Segundo as estatísticas oficiais, a produção industrial teve em junho o seu primeiro aumento após mais de três anos de contração. De maio a junho, as companhias registraram um aumento da produção de 0,3%.

Esse pequeno aumento da produção pode ser atribuído principalmente ao setor de mineração, que teve em junho um aumento anual de 18,9%. As companhias de energia também registraram um aumento de produção de 10,9%. No entanto, a indústria tradicional, incluindo as fabricantes de produtos de consumo e de semimanufaturados, teve uma queda de produção de 4,3%.

No total, o setor industrial contribui para cerca de 15% do desempenho econômico da Grécia.

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