Apesar da denúncia de um complô respaldado pelo Irã para assassinar o embaixador da Arábia Saudita em Washington e cometer outros atos terroristas, até o momento os Estados Unidos não foram capazes de constituir uma coalizão internacional sólida para entrar com represálias contra o regime islâmico ou ampliar seu isolamento. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, assegurou ontem que seu país continua em seu empenho para isolar o Irã, e que o fará "concentrado nos instrumentos de caráter econômico".
O governo norte-americano nunca descartou oficialmente a adoção de represálias militares contra o Irã, embora atualmente essa seja uma possibilidade que parece muito remota por razões estratégicas, econômicas e políticas. Assim, no momento Washington se vê incapaz de responder à possível ameaça que o Irã possa representar.
Essa ameaça poderá se fazer mais visível nas próximas semanas se, como se espera, a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) apresentar um informe corroborando as suspeitas de que o regime islâmico poderia estar orientando seu programa nuclear para propósitos militares.
O risco de que o Irã chegue a possuir armas atômicas representa, obviamente, uma preocupação de primeira ordem para os Estados Unidos, e também para a Europa e a Rússia. Um alerta nesse sentido pela AIEA poderia significar uma mudança considerável na atual atitude da comunidade internacional para com o Irã.
Mas há outros fatores que os Estados Unidos levam em conta e que ajudam a mitigar a sensação de alarme. Um deles é a lentidão do desenvolvimento científico no Irã. Mesmo que o governo tenha optado pela criação de um arsenal nuclear, vários especialistas acreditam que ele não estaria em condições possíveis de cumprir esse objetivo antes de dois ou três anos.
Segundo essa suposição, o Irã perdeu o acesso ao material e aos técnicos de outros países que poderiam ajudá-lo a progredir em seu programa, e, ao mesmo tempo, as sanções impostas nos últimos anos lhe limitaram enormemente a capacidade para compensar essa perda com produtos domésticos.
Por outro lado, o regime iraniano deu mostras, nos últimos meses, de uma divisão interna que reduz sua capacidade para atuar de forma decisiva em todos os terrenos. Embora o programa nuclear seja responsabilidade da autoridade religiosa, que tem a última palavra nos assuntos mais importantes, os atritos recentes com o presidente Mahmoud Ahmadinejad enfraqueceram seu respaldo popular para atuar com a agressividade que se requer para construir uma bomba atômica.
Debilitado economicamente e dividido politicamente, o Irã é hoje, para os Estados Unidos, um perigo um tanto menor do que alguns anos atrás. Isso não significa que o governo norte-americano esteja baixando a guarda com Teerã, ou que não seja solidário com a preocupação de Israel em relação a um possível Irã nuclearizado.
Pelo contrário, o Irã continua sendo um problema central da política externa dos Estados Unidos. Teerã continua sendo o inimigo externo mais visível dos Estados Unidos, à margem dos grupos terroristas islâmicos. Mas um confronto militar direto com o Irã não parece algo que esteja, no momento, nos planos de um presidente, como Barack Obama, que está tratando de construir uma política externa mais multilateral e com menor elemento militar do que a que se seguiu em anos anteriores. Além disso, Obama recorrerá em breve às urnas exatamente para tratar de ratificar essa mudança.
Em 2012, o regime islâmico iraniano completa 33 anos enfrentando o "monstruoso" poder do EUA...
ResponderExcluirTitãs:
"quem aqui como eu, tem a idade de Cristo, quando morreu?"
http://www.youtube.com/watch?v=OaiPw9Ok0T4