segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Netanyahu tenta aprovar oferta americana de caças em troca de moratória em colônias

Netanyahu tenta aprovar oferta americana de caças em troca de moratória em colônias

Três meses de congelamento nas construções em assentamentos na Cisjordânia em troca de incentivos militares e diplomáticos. A proposta americana foi revelada ontem pelo primeiroministro israelense, Benjamin Netanyahu, do partido direitista Likud, a seus ministros. O objetivo americano é reativar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, retomadas em setembro em Washington, mas já paralisadas. A iniciativa, contudo, é criticada tanto por palestinos quanto por israelenses de extrema-direita.

Do pacote, apresentado ao premier na semana passada, consta o envio de 20 aviões F-35 a Israel, no valor de US$ 3 bilhões, além da promessa de que Washington vetará resoluções contra Israel em fóruns internacionais, principalmente um eventual pedido de reconhecimento de independência do Estado Palestino na ONU.

Netanyahu garantiu que os detalhes ainda estão sendo negociados. E o pacote precisa ser apresentado ao próprio Congresso americano.

— Não é a proposta final — disse Netanyahu aos ministros. — Mesmo assim, insisto que vai de encontro às necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto a curto prazo quanto em face às ameaças que enfrentaremos na próxima década.

Mesmo pressionado, Netanyahu deve conseguir aprovar moção

Analistas israelenses acreditam que a moção será aprovada por margem mínima pelo Gabinete. Dos 15 ministros, sete (incluindo Netanyahu) votariam a favor, seis contra e dois se absteriam. Seria mais uma vitória do premier na queda-de-braço contra os partidos de extrema-direita que apoiam seu governo, sem contar integrantes de seu próprio partido, contrários a mais uma suspensão nas obras em colônias da Cisjordânia.

Apesar das pressões de sua coalizão, Netanyahu conseguiu decretar uma moratória de dez meses nas obras, há um ano. Mas a suspensão temporária expirou dia 26 de setembro — e levou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a interromper as negociações de paz.

A ONG Paz Agora revelou que, nas últimas seis semanas, 1.649 unidades habitacionais começaram a ser erguidas no território palestino. Líderes colonos ameaçaram fazer o possível para derrubar Netanyahu caso o novo congelamento seja aprovado: — O relógio de areia do governo Netanyahu está perto de acabar — disse Gershon Messika, líder do Conselho Shomron (como os colonos chamam o Norte da Cisjordânia).

Os palestinos também criticaram o anúncio, afirmando que a proposta americana não oferece prazo suficiente para que as negociações de paz deem frutos concretos e, pior ainda, não inclui Jerusalém Oriental.

— Eles sabem que temos problemas com a não inclusão de Jerusalém Oriental — disse o negociador palestino Saeb Erekat, assinalando que Abbas deve pedir uma reunião de emergência da Liga Árabe antes de reagir.

Já o presidente americano Barack Obama se mostrou satisfeito com a disposição de Netanyahu de aceitar uma nova moratória: — Eu dou parabéns a Netanyahu.

Isso sinaliza que ele é sério.

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