quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Um em cada seis novos milicianos que chegam à frente da Síria é estrangeiro

Chechenos na Síria
O recrutamento de jihadistas estrangeiros não aparece em nenhum jornal de anúncios. A família costuma se inteirar quando o recruta já morreu e um companheiro de luta ou as redes sociais o comunicam. Por isso, o número de cidadãos estrangeiros nas fileiras de grupos radicais, como o EI (Estado Islâmico) muda como as fronteiras da batalha. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, calculou recentemente que o EI conta com 50 mil homens só na Síria, dos quais 20 mil seriam estrangeiros. O EI afirma contar com outros 30 mil milicianos na frente aberta no Iraque.

Em um relatório publicado esta semana, o responsável pela organização, Rami Abdelrahman, também informou sobre 6 mil novos recrutas que chegaram ao EI no último mês. Um em cada seis veio da Europa, China, Chechênia ou qualquer outro país muçulmanos, normalmente do norte da África.

O sotaque britânico do carrasco do jornalista James Foley disparou os alarmes sobre a participação de ocidentais nas guerras da Síria e do Iraque. Os serviços de inteligência se preocupam que seus nacionais alistados no jihadismo voltem para casa para cometer atentados. "Por isso, o Reino Unido teme que regresse com as habilidades que adquiriu", disse recentemente em um tuíte Nasser Muthana, um jovem de 20 anos de Cardiff, alguns dias antes de explodir um edifício na Síria. Seu irmão Aseel, 17, também viajou para a região.

Os serviços de espionagem europeus seguem a pista de redes e grupos ligados à jihad na Síria com raízes na Europa, como Rayat al Tawheed, no Reino Unido; Majlis Shura al Mujahedin, na Suécia, ou Firqat al Ghuraba, na França.

Analistas consultados não acreditam, porém, que a atual jihad tenha como meta enviar de volta seus milicianos estrangeiros, mais concentrada em instaurar e consolidar um califado na região. Mas a chegada de ocidentais à frente, em maior medida que nos tempos do Afeganistão, não para. Segundo números do grupo de pensadores americano Soufan Group, dentre os europeus chegados à Síria, a França ganha como país de origem de jihadistas, com cerca de 700, seguida do Reino Unido, com 500. Entre os países muçulmanos que divulgam números, a Tunísia encabeça a lista, com mais de 3 mil, seguida da Arábia Saudita (2.500) e Marrocos (1.500).

Por que os estrangeiros acabam entre os mais radicais? Além de o EI usar com perícia a propaganda, os jihadistas souberam tomar o controle dos acessos de fronteiras mais porosos, precisamente os pontos de entrada dos novos combatentes.

Um comentário:

  1. Quem está ganhando a guerra na Síria? Sempre que acho um material ele está escrito em Arábe, então fica difícil.
    Sei que o SAA estava botando pra f*der no FSA, mas com o EI na jogada e, embasado pela matéria que você postou a qual mostra os 450 sírios capturados, o jogo está mudando contra o Assad?
    As forças Síria tem poder para reconquistar áreas agora controladas pelo Estado Islâmico?

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