As mulheres norte-americanas poderão servir nas posições de combate mais intensas e fisicamente perigosas das Forças Armadas dos Estados Unidos, que incluem funções nos SEALs da Marinha, nos Rangers do Exército e na infantaria da Marinha, disseram na segunda-feira passada autoridades sêniores do setor de defesa dos EUA.
Os líderes de cada um desses braços do serviço militar norte-americano deverão tornar públicos nesta terça-feira (18) no Pentágono seus planos relacionados à integração das mulheres nessas unidades, o que deverá ocorrer sem a redução dos padrões rigorosos de suas operações.
Apesar de Leon E. Panetta ter anunciado em janeiro passado, em uma de suas últimas decisões como secretário de Defesa dos EUA, que acabaria com a proibição oficial dos militares norte-americanos à presença das mulheres nas operações de combate, ele não especificou quais dentre as centenas de milhares de posições de combate na linha de frente seriam abertas a elas.
Os planos que serão anunciados nesta terça-feira pelo secretário de Defesa Chuck Hagel indicam, pela primeira vez na história, que as Forças Armadas estão preparadas para integrar as mulheres nas unidades de combate de elite dos EUA, como os SEALs, que levaram a cabo o ataque que matou Osama bin Laden.
As unidades de elite das Forças Armadas dos EUA estão entre as mais exigentes do serviço militar – tanto física quanto psicologicamente –, exigindo que seus membros carreguem enormes quantidades de peso a pé e por longas distâncias em missões perigosas. A maior parte dos candidatos homens que pleiteiam uma vaga nessas unidades não consegue passar nos testes para ocupar essas posições.
De acordo com o plano anunciado por Panetta, essas unidades das Forças Armadas terão até janeiro de 2016 para decidir quais posições de combate deverão ser abertas às mulheres. Mas a ênfase recairá sobre a inclusão: se uma das unidades das Forças Armadas decidir que uma tarefa específica não deve ser aberta às mulheres, os representantes dessa unidade terão que pedir ao secretário de Defesa para que abra uma exceção.
A integração das mulheres em funções de combate surge num momento em que o Pentágono luta contra o problema da violência sexual nas Forças Armadas – e em que o Congresso dos EUA perde a paciência com o que muitos parlamentares dizem ser o fracasso dos militares em agir para coibir os abusos e a violência contra as mulheres. Uma pesquisa do Pentágono detectou que cerca de 26 mil ocorrências de violência contra mulheres militares foram registradas no ano passado.
Em janeiro passado, o general Martin E. Dempsey, chefe do Estado Maior, disse que, possivelmente, a permissão oficial à presença das mulheres em funções de combate nas Forças Armadas poderia mitigar alguns problemas de assédio sexual e agressão.
"Nós seguimos registrando esses problemas de assédio sexual, de agressão sexual", disse o general Dempsey à época. "Eu acredito que seja porque, em algum nível, temos mantido classes distintas de militares. Mas você sabe, as coisas são muito mais complicadas do que isso. No entanto, quando uma parte da população é designada para o combate e outra parte é designada para fazer outro tipo de coisa, eu acredito que essa disparidade começa a estabelecer uma espécie de clima psicológico que, em alguns casos, gera esse tipo ambiente. Eu tenho que acreditar que, quanto mais tratarmos as pessoas igualitariamente, maior será a probabilidade de elas se tratarem de maneira igualitária".
Muitos membros do Congresso dos EUA vinham pressionando há muito tempo para que as mulheres fossem integradas oficialmente às funções de combate quando, na realidade, muitas mulheres já estavam atuando nesse tipo de função no Iraque e no Afeganistão.
"Reconhecer oficialmente as mulheres em funções de combate vai reforçar o nosso país tanto moral quanto militarmente", disse a senadora Kirsten Gillibrand, democrata de Nova York, e membro da Comissão dos Serviços Armados do Congresso dos EUA.
"Ao abrir oficialmente as funções de combate", acrescentou ela, "mais mulheres serão capazes de progredir em suas carreiras e alcançar os quadros superiores das Forças Armadas, aumentando a diversidade da nossa liderança militar".
Alguns membros do Congresso dos EUA demonstraram menos entusiasmo em relação à mudança. Na época do anúncio de Panetta, o senador James M. Inhofe, de Oklahoma, o republicano mais graduado da Comissão dos Serviços Armados, disse em comunicado: "Caso seja necessário, nós introduziremos uma legislação para impedir qualquer mudança que acreditarmos ser prejudicial para as nossas capacidades e forças de combate".
As mulheres representam cerca de 15% do contingente das Forças Armadas dos EUA, e muitas delas servem em funções perigosas nas linhas de frente de combate. Das cerca de 280 mil mulheres destacadas para atuar no Iraque e no Afeganistão, mais de 100 foram mortas em ação.
Apesar da política de exclusão para atividades de combate, norma instituída pelo Pentágono em 1994 para impedir que as mulheres servissem na artilharia, na infantaria, em blindados e em outras funções de combate, as mulheres já vinham atuando em posições de combate, especialmente no Iraque e no Afeganistão, quando foram "anexadas" a unidades de combate. Mas a exclusão burocrática não lhes deu crédito oficial pela experiência de combate, requisito necessário para que os militares avancem em suas carreiras dentro das Forças Armadas.
Informante,é verdade que Israel em determinado conflito ao admitir mulheres nos combates aumentou pesadamente o número de baixas? Lembro que li isso em um artigo da UFF, explicando que as causas foram o fato dos árabes não aceitarem a rendição e os homens esquecerem o inimigo e se focarem na proteção das combatentes. Acho o tema interessante pois é um debate muito atual no Ocidente e quanto ao papel das FAs, porém não posso deixar que qualquer idealismo fere a eficiência dessas instituições. Qual a sua opinião a respeito?
ResponderExcluirAté aonde eu sei, Israel nunca utilizou mulheres em combate.
ExcluirE Israel sempre sobrou no quesito infantaria frente aos árabes, logo a premissa é falsa.
Minha opinião? É dever de todos em condições físicas e mentais defender a pátria.
Que mulheres são inferiores fisicamente aos homens não tem nem o que discutir, mas eu concordo com o Michel, de que é dever de todos em boas condições físicas e mentais defender a pátria.
ResponderExcluirEu também concordo nessa questão de condições físicas e mentais.O que eu estou problematizando é a assimilação e o comportamento dos outros membros.
ResponderExcluir26 mil abusos sexuais?
Já imaginaram combatentes serem feitas prisioneiras de guerra?
O rendimento seria igual, melhor, pior?.. Enfim repito, é um tema que cabe debate.
Elas irã sofrer muito como prisioneira hein.. Se for bonitinha ainda..
ResponderExcluirEdson Silva.
É O PREÇO QUE SE PAGA POR QUERER DEFENDER SEU PAIS, AFINAL TODOS NÓS TEMOS QUE PAGAR UM PREÇO...
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