Quando Barack Obama convocou uma inesperada coletiva de imprensa no dia 30 de abril na Casa Branca, acharam que ele tinha um anúncio a fazer, provavelmente sobre a Síria.
As acusações de que o regime Assad teria usado armas químicas vinham se multiplicando, o que seria uma "linha vermelha" para sua administração, como ele havia proclamado no dia 20 de agosto de 2012. Surgiam dúvidas sobre o silêncio de Washington, e os conservadores se perguntavam o que constituiria uma linha vermelha para o presidente democrata, ainda mais porque a que prevalece no Irã foi continuamente pisoteada --sete linhas vermelhas ocidentais já foram ultrapassadas, segundo o professor de Harvard Graham Allison, citado no dia 5 de maio pelo jornal "Washington Post".
Todo mundo se enganou. Barack Obama não tinha nada para anunciar. Pior, ele mostrou sua impotência. Questionado já na primeira pergunta sobre a famosa linha vermelha, e o fato de ele ter afirmado no dia 20 de março em Israel que o uso de armas químicas "mudaria o jogo", ele se escondeu atrás da comunidade internacional. "Quando disse que o uso de armas químicas mudaria o jogo, não era uma posição única dos Estados Unidos", ele disse. Isso valia "também para a comunidade internacional". Em suma, era uma linha vermelha coletiva e cada um devia assumir suas responsabilidades, segundo o princípio que guia a política externa de Obama.
O distanciamento do anfitrião da Casa Branca chocou. "A hesitação que corresponde à política do presidente Obama sobre a Síria se tornou ainda mais confusa", avaliou o "Washington Post". A posição de Obama, segundo a qual uma confirmação do uso de armas químicas só levaria a "repensar o leque de opções", é um "incentivo a outros ataques químicos", se indignou o jornal.
Uma ameaça ao ideal do excepcionalismo americano
Nas charges, agora a linha vermelha americana é representada em irônicos pontilhados. Os conservadores criticam a "timidez" presidencial, afirmando que ao não se envolver mais, Obama está expondo os Estados Unidos a se verem relegados ao mesmo nível dos países que não têm os mesmos valores: uma ameaça ao ideal do excepcionalismo americano.
Em sua edição de 5 de maio, o "New York Times" publicou um artigo sobre o que teria acontecido na Casa Branca. Na verdade, explicou um conselheiro do presidente, o termo "linha vermelha" não estava previsto para ser usado oficialmente no dia 20 de agosto. O presidente fez observações improvisadas. A Casa Branca estava então em plena campanha eleitoral, foi pega de surpresa pelas informações que atestavam que Bashar al-Assad estaria movimentando suas armas químicas. Ao falar em linha vermelha, Obama pensava sobretudo em um uso em grande escala, diz o conselheiro, "uma nuance que foi completamente ignorada".
Espantoso: a Casa Branca confessou que hoje prefere passar a ideia de que o presidente falou distraidamente, surpreendendo até seus conselheiros. No entanto, se for consultada a cronologia das declarações oficiais, vê-se que a expressão foi usada pela primeira vez pelo porta-voz do Pentágono, George Little, no dia 13 de julho de 2012: "uma grave linha vermelha". E por Hillary Clinton no dia 11 de agosto em Istambul, ainda que com cautela: "uma linha vermelha para o mundo".
Os republicanos acham que Barack Obama está sofrendo da "síndrome iraquiana", na medida em que acha ser impossível agir sem ordem da ONU ou que ele insiste em verificar a "cadeia de comando" que teria elaborado o uso de gases tóxicos. De fato, desde o início do conflito, ele parece estar tomado pela indecisão, ou até pela paralisia, como em toda vez que seus planos saem dos trilhos.
"Ele parece isolado dentro de seu próprio governo"
A questão do armamento da oposição síria é emblemática. O debate dentro do governo já dura meses, alimentado por vazamentos na imprensa. Hillary Clinton era a favor, assim como David Petraeus, então diretor da CIA. Mas Obama não quis. "Ele parece estar isolado dentro de seu próprio governo", diz o conservador Michael Gerson. Logo após a coletiva de imprensa presidencial do dia 30 de abril, dessa vez foi Chuck Hagel que quase anunciou o envio de armas. Mas Barack Obama, na Cidade do México, negou qualquer anúncio apressado: "O secretário da Defesa diz a mesma coisa que eu".
Se olharmos mais longe, o presidente americano provavelmente subestimou a realidade russa, ao apostar abertamente no ano de 2009 em Dmitri Medvedev, então presidente. Desde que Vladimir Putin foi reeleito, ele vem tentando encontrar – em vão – um modus operandi com Moscou. John Kerry estará lá na terça e quarta-feira, mas os russos não cedem. Será que os sírios esperarão pelo G8, em meados de com o primeiro encontro Obama-Putin? Ou pelo G20 de São Petersburgo no início de setembro?
Obama alega ter feito mais do que todo mundo, que os Estados Unidos são os maiores contribuidores de ajuda humanitária aos refugiados sírios e que ele dobrou a ajuda para a oposição. Talvez ele tenha um plano, ou propostas, a julgar pelas conjecturas em torno da série de visitas dos dignitários de países da região (Qatar, Jordânia), que terminará no dia 16 de maio com a importante visita a Washington do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Em uma entrevista à Univision, Barack Obama descartou a ideia de tropas em solo. Mas ao conseguirem atingir o centro de Damasco, os ataques israelenses reavivaram a opção da "no fly zone", considerada até o momento como perigosa demais em Washington.
A cada dia o conflito sírio vai se internacionalizando mais. Que credibilidade o presidente dos Estados Unidos pode manter após suas tergiversações sobre as linhas vermelhas? Em um mundo de imagens, ele está ciente de que a de sua impotência pode refletir no conjunto de sua política externa. O risco é de que ele tome decisões precipitadas, por ter demorado demais.
Os radicais dos EUA estão doidos para que OBama Iniciasse mais uma nova guerra. Para isso estão disposto a fazer qualquer coisa. Até fornecer arma suja como gás sarin para os terroristas usarem contra a população, em seguida acusar o governo Sírio e conseguir mais um motivo para a guerra.
ResponderExcluirA industria bélica dos EUA e os Judeus estão loucos para Obama iniciar mais uma nova guerra.
O que parece é que o CCG está levando os EUA a um novo fiasco no OM, como se não bastasse o Iraq. iSSrael é mestre em fazer chantagens com os EUA por causa do IRÃ. Tudo isto pq? Simples, os EUA se fazem de macho do mundo e esses amiguinhos aí só pensam em si e deixam a rabuda para os ótarios dos EUA, aliás que já colecionam bastantes derrotas; Laos, Vietnã, Cambodja, Somália, Líbano, Iraq, Afgnistão ... isso sem contar com a suja imagem dos Guantânamo, Abu Grabi ... . Mas na verdade mesmo o staff dos EUA está escondendo o recado da RÚSSIA (Putin), que este baluarte (Síria) localizado no Mediterrâneo é INTOCÁVEL por quem quer que seja, basta notar que a europa-covarde não abre a boca, pois as vezes o troglodita inglês (sir) William Jefferson Hague cospe besteiras sobre a Síria no intuito de se fazer de bonzinho com a matriz. Então, o mesmo fazem os republicanos, ficam atirando pedras no Obama e se escondendo atrás do muro, mas quando o Putin invadiu a Geórgia a ajuda dos EUA, NÃO APARECEU! Onde será que estavam os valentões republicanos naquela hora? O único que ainda falou alguma coisa foi o dinossauro do Dick Cheney, mas ficou tudo por isso mesmo: SÓ PALAVRAS; porque o negócio com a RÚSSIA o buraco é mais embaixo. Aí Obama conta a verdade para esses valentões pq vc sempre fica adiando as coisas, ou seja, consequências das intervenções desastrosas que ainda não deram um centavo de dólar a nação americana, só prejuízo. Iraq: 2 a 3 trilhões de dólares.
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