quinta-feira, 4 de abril de 2013
Para imprensa alemã, Kim deseja legitimidade como potência nuclear
Além das múltiplas ameaças feitas contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos nos últimos dias, Pyongyang disse na terça-feira (2) que planeja religar um controverso reator nuclear. A imprensa alemã acredita que o ditador Kim Jong Un está buscando estabelecer uma posição mais forte de negociação para as conversações de desarmamento.
O regime do ditador norte-coreano Kim Jong Un está ocupado novamente brandindo suas espadas. Na terça-feira, Pyongyang disse que religaria o reator nuclear de Yongbyon, uma instalação fechada em 2007 após as negociações de desarmamento. O reator de Yongbyon era a fonte do plutônio para o programa de armas nucleares do país até sua desativação.
A decisão ocorre após a escalada da retórica no sábado entre Pyongyang e Seul, com a alegação de que o país estava entrando em "estado de guerra" com a Coreia do Sul. "Daqui em diante, as relações Norte-Sul entrarão em estado de guerra e todos os assuntos levantados entre o Norte e o Sul serão tratados de acordo", disse uma declaração pela agência de notícias oficial do regime, a "KCNA", no sábado.
Desde março, o número de ameaças belicosas feitas pela Coreia do Norte aumentou dramaticamente, com afirmações repetidas de que o país poderia realizar ataques nucleares preventivos contra alvos nos Estados Unidos e invadir a Coreia do Sul. Os Estados Unidos responderam posicionando navios de guerra, incluindo o USS McCain, um destróier classe Aegis com mísseis teleguiados, usado para defesa antimísseis, e uma plataforma gigante de radar baseada no mar na região da Península Coreana. Aviões militares também foram enviados para a península. Mas a crença é de que se trata apenas de ameaças, particularmente considerando a avaliação de especialistas de que Pyongyang não conta com armas nucleares capazes de atingir os Estados Unidos.
Apesar dos Estados Unidos parecerem estar levando a nova retórica a sério, as preocupações não parecem maiores em Washington ou em qualquer outro lugar no Ocidente de que a Coreia do Norte esteja mais próxima de travar uma guerra real. "Apesar da retórica dura que estamos ouvindo de Pyongyang, nós não estamos vendo mudanças na postura militar norte-coreana, como mobilizações em grande escala e posicionamento de forças", disse Jay Carney, o porta-voz da Casa Branca, na segunda-feira.
As novas tensões entre o Ocidente e a Coreia do Norte ocorrem apenas semanas após Pyongyang ter realizado seu terceiro teste nuclear, em fevereiro. Na China, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que a decisão da Coreia do Norte de religar a usina de Yongbyon é "lamentável". As negociações de desarmamento envolvendo seis partes com a Coreia do Norte estão estagnadas de 2008 e especialistas acreditam que a nova retórica pode aumentar a pressão para reinício das negociações.
Na Alemanha, os editorialistas de alguns dos maiores jornais do país analisaram a mais recente escalada entre Pyongyang e Washington. A maioria acredita que as ameaças norte-coreanas representam pouco mais que retórica.
O jornal de centro-esquerda "Süddeutsche Zeitung" escreveu:
"Hoje, sob o terceiro Kim, a Coreia do Norte é uma potência nuclear e está exibindo mais do que antes um comportamento beligerante. Seria preciso não um estrategista, mas sim um psicólogo, para descobrir qualquer indício de racionalidade nisto. (...) Após três testes nucleares e um espetacular lançamento de foguete, está claro que Kim (ou seus marionetistas militares) deseja legitimidade como uma potência nuclear. Repetidas vezes, ele deixou claro que seu arsenal nuclear não é moeda de barganha."
"Mas além do enigma de seus motivos há um problema maior que torna o mais recente brandir de espadas particularmente perigoso. O que conta como realidade para o jovem ditador? O novo comandante, em meio a toda a vociferação, ainda é um ator racional? Ou ele vê o mundo por um prisma feito especialmente para ele? No final, a percepção é tudo, e em nenhum outro lugar no mundo há uma visão mais idiossincrática das coisas do que na Coreia do Norte. Por 65 anos, o regime vive em um mundo de fantasia. É possível que Kim acredite tanto nesse mundo a ponto de estar disposto a lutar por ele –o transformando em uma vítima da própria propaganda do regime."
O jornal esquerdista "Die Tageszeitung" escreveu:
"Como seu pai, o jovem Kim está ciente de que o regime não sobreviveria a uma guerra real com os Estados Unidos. Mas essa ameaça ruidosa é produto de um cálculo claro. Ela permite a um país fora isso fraco parecer ameaçador. Domesticamente, permite que ele marque pontos ao apresentar os americanos como inimigos e se posicionando contra os sul-coreanos. No exterior, isso perpetuará a imagem de uma Coreia do Norte que permanece imprevisível, o que dará ao país maior espaço de manobra nas negociações. E também é totalmente possível que realize ataques militares individuais na região de fronteira com a Coreia do Sul, como fez em 2010. Mas as coisas não irão muito além disso."
"Logo, os países vizinhos e as potências globais parecerão felizes por Pyongyang estar dialogando de novo e de volta à mesa de negociações. Para assegurar que isso aconteça, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China precisarão fazer concessões, como fornecimento de petróleo, alimentos ou um relaxamento das sanções apenas recentemente impostas. Assim que isso acontecer, brincar com fogo nuclear renderá frutos para o filho assim como para o pai."
O jornal de negócios "Handelsblatt" escreveu:
"Felizmente, a probabilidade de uma grande guerra permanece pequena. Um motivo para otimismo é a China, e outro é a racionalidade da liderança da Coreia do Norte. As pessoas no poder na China não abandonaram os encrenqueiros em sua fronteira nordeste, mesmo após ataques militares anteriores, para impedir o colapso do regime dos Kim. Elas preferem manter o país como um tampão contra os Estados Unidos. Além disso, elas também estão extremamente preocupadas com um afluxo em massa potencial de refugiados. Mas há uma coisa que a China precisa ainda menos: uma guerra aberta. E isto também está claro para os líderes da Coreia do Norte. Mesmo em tempos de paz, a sobrevivência do regime depende de comércio, ajuda externa, dinheiro e bens da China. As chances de vencer uma guerra sem ajuda são precisamente zero. No passado, os líderes da Coreia do Norte calculavam friamente e ousavam se aventurar em coisas que acreditavam que a China aceitaria."
O jornal conservador "Frankfurter Allgemeine Zeitung" escreveu:
"Permanece a questão sobre o que poderia ter levado a Coreia do Norte a esquentar o conflito com suas declarações cada vez mais excessivas. Uma explicação poderia ser a reunião no fim de semana do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores. Os delegados aprovaram um programa que não parece exatamente uma preparação para uma guerra iminente. Ele se concentra no desenvolvimento da economia. Para isso, um novo primeiro-ministro foi nomeado, e ele foi recompensado com uma cadeira no Politburo, o que lhe dá um poder relativamente forte dentro do sistema. Se alguém presumir que os militares veem isso como uma ameaça ao seu papel de liderança até agora inquestionado, a retórica beligerante faria certo sentido."
Esse gnomo oriental Kim Jong Un e seu staff merecem B2 Spirit apertando o gatilho aonde eles estiverem.
ResponderExcluirA infeliz população da CN viveria muito melhor se toda a cúpula que os governa fosse varrida de sua existência.
viveriam tão bem quanto os africanos!
ExcluirMuito bem colocado meu caro Anonymous4 de abril de 2013 22:08
ExcluirPor outro lado quanto O b2 Muito Pelo Contrario Um B2 shut down seria muito bem !!!!!!
Averia cliente de todo os cantos : )
Para um B-2 cair na Coréia do Norte só devido a um sinistro.
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