Ao longo dos próximos 12 meses, o presidente Barack Obama irá retirar mais de 34 mil soldados americanos do Afeganistão, reduzindo pela metade o contingente americano.
Os diplomatas dizem que, ao final de 2014, quando a missão de combate da Otan chegar ao fim e sua nova missão de treinamento tiver início, os Estados Unidos planejam manter não mais que 10 mil soldados disponíveis para o Afeganistão.
Aproximadamente 5.000 se concentrarão em operações de contraterrorismo. Os demais deverão se juntar à missão de treinamento da Otan. A expectativa é que essa missão, cujo tamanho ainda não foi decidido, tenha entre 8.000 e 12 mil soldados.
"Essa é a suposição do planejamento, mas nenhuma decisão foi tomada", disse Oana Lungescu, uma porta-voz da Otan.
O número de soldados americanos que serão destinados ao Afeganistão depois de 2014 mostra o quanto os Estados Unidos precisam economizar dinheiro e quão urgentemente desejam encerrar esse capítulo em particular.
Obama confirmou, durante seu discurso do Estado da União, que a intenção americana é de retirada, e em breve. "Até o final do ano que vem, nossa guerra no Afeganistão chegará ao fim", disse. Vitória não foi mencionada, assim como não foi um fim dos combates no Afeganistão.
Os europeus, especialmente a Alemanha, que conta com 4.400 soldados no Afeganistão, temem que ficarão muito mais vulneráveis a ataques por insurgentes sem uma forte presença americana.
Até agora, os Estados Unidos forneciam aos seus aliados europeus logística, inteligência, proteção aérea e evacuação dos feridos. Thomas de Maizière, o ministro da Defesa alemão, perguntou repetidas vezes aos Estados Unidos que apoio estaria disponível durante a transição da missão de combate para a de treinamento.
"O jogo do governo é acelerar a transição", disse Anthony H. Cordesman, um especialista em segurança do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos em Washington. "É um reflexo das prioridades diferentes e das estratégias diferentes dos Estados Unidos. Os europeus deveriam entender isso."
Para os europeus, a ilusão de que eles e os Estados Unidos iniciariam e terminariam juntos a missão de combate no Afeganistão foi quebrada.
"Os americanos estão desafiando os europeus", disse Markus Kaim, especialista em defesa do Instituto Alemão de Assuntos de Segurança e Internacionais, em Berlim.
À medida que os Estados Unidos aceleram sua retirada, outra ilusão aguarda para ser quebrada. É a capacidade do Exército Nacional Afegão, ou ENA, de assumir a segurança do país no final de 2014.
A Otan continua elogiando a habilidade das forças afegãs porque isso justificaria o término do papel de combate da Otan e porque ela acredita que o Afeganistão deve ser responsável por sua própria segurança.
"As forças de segurança afegãs atingiram sua meta de recrutamento geral", disse uma autoridade da Otan, falando sob a condição de anonimato. "Elas estão liderando 80% das operações e são responsáveis pela segurança de 87% da população."
Um recente relatório para o Congresso, de autoria do Departamento de Defesa americano, pinta um quadro diferente. Ele declara que a taxa de atrito no ENA é muito alta, o nível de retenção é muito baixo e as capacidades logísticas são inadequadas.
Entre outubro de 2011 e setembro de 2012, o ENA perdeu 27% de sua força de combate, segundo o relatório. A "taxa de atrito é mais alta do que o desejável para o Exército Afegão", reconheceu a autoridade da Otan.
A taxa de retenção, que se refere aos soldados que completam seu alistamento de três anos e que optam por permanecer, é ainda mais baixa. "Em média, o ENA está mantendo apenas 7% de suas forças", segundo a Rede de Analistas do Afeganistão, uma organização independente sem fins lucrativos de pesquisa de políticas, que monitora os desdobramentos no país.
Dado os problemas de atrito, retenção e treinamento, os ministros da Defesa da Otan concordaram no mês passado em aumentar o ENA de 240 mil homens para 352 mil até 2018.
Este é "um investimento que vale a pena ser feito, porque nos daria maior flexibilidade ao retirarmos nossas tropas", disse Leon E. Panetta no mês passado, em Bruxelas, antes de deixar o cargo de secretário de Defesa dos Estados Unidos. Ele não disse que países pagariam pelas forças adicionais, dado que a maioria dos países da Otan está reduzindo seus orçamentos militares.
As dificuldades do ENA têm implicações para as condições de direitos humanos e para o estado de direito.
De fato, tanto os americanos quanto os europeus falavam em 2001 sobre construir uma democracia no Afeganistão. Não mais. Essa ilusão deu lugar a tentar tornar o país estável. "As metas estabelecidas para o Afeganistão provaram ser impossíveis", disse Cordesman. Nenhum líder europeu discorda.
Um país ocupado por 12mil soldados estrangeiros, invadido. Espero q os talebans estjam atentos e ñ permitam paz a esses de invasores... Quem viver verá. sds.
ResponderExcluirespero q os talebãs vão junto com os yankees e de paz ao povo afegão
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