sexta-feira, 8 de março de 2013

Após ameaças, novas sanções são impostas à Coreia do Norte


O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou na quinta-feira (7) um novo regime de sanções contra a Coreia de Norte pela realização de um teste nuclear subterrâneo no mês passado, impondo penas sobre as atividades bancárias norte-coreanas, viagens e comércio, em uma votação unânime que reflete o maior isolamento internacional do país.

A resolução, que foi elaborada pelos Estados Unidos e pela China, foi aprovada por 15 votos a 0 em uma votação rápida, horas depois de a Coreia do Norte ameaçar, pela primeira vez, lançar um ataque nuclear preventivo contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

"A força, a amplitude e a severidade dessas sanções elevará o custo para a Coreia do Norte de seu programa nuclear ilícito", disse aos repórteres a embaixadora americana na ONU, Susan E. Rice, após a votação. "Somadas, essas sanções terão um duro impacto."

Li Baodong, o embaixador da China, cujo apoio às novas sanções enfureceu o governo norte-coreano, disse aos repórteres que a resolução visa à meta de longo prazo de desnuclearização da Península Coreana.

"Essa resolução é um passo muito importante", disse. Li chamou a aprovação da resolução de "um reflexo da visão e determinação da comunidade internacional".

A resolução, que foi elaborada três semanas após o teste subterrâneo de 12 de fevereiro pela Coreia do Norte, é a quarta do Conselho de Segurança contra o recluso governo norte-coreano. Ela contém novas restrições que bloqueiam transações financeiras, limitam a dependência da Coreia do Norte de grandes transferências de dinheiro, empodera outros países a inspecionarem carga norte-coreana e expande a lista negra de itens que o país está proibido de importar. As sanções também impõe novas restrições aos diplomatas norte-coreanos, aumentando o risco de serem expulsos dos países anfitriões.

Questionada se achava que as sanções quebrariam o padrão de desafio norte-coreano às punições anteriores impostas pelo Conselho de Segurança, Rice disse: "Tudo depende da decisão que a liderança norte-coreana tomar."

Ela desdenhou as promessas norte-coreanas de um ataque nuclear preventivo, dizendo: "A Coreia do Norte não conseguirá nada com ameaças e provocações."

Nos últimos dias, com a alta probabilidade de aprovação das sanções, a Coreia do Norte as caracterizou como um "ato de guerra" em sua escalada de ataques aos Estados Unidos e seus aliados. Nesta semana, ela declarou nulo o armistício de 1953, que colocou um fim à Guerra da Coreia, e ameaçou transformar Washington e Seul em um "mar de chamas" com "armas nucleares mais leves e menores".

O país combativo alerta com frequência que tem o direito de lançar ataques militares preventivos contra os Estados Unidos, alegando que a potência ocidental deseja iniciar uma guerra na Península Coreana. Mas, na quinta-feira, a Coreia do Norte intensificou a linguagem hostil ao falar pela primeira vez em ataques nucleares preventivos, citando a continuidade dos exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e Coreia do Sul como prova de que os Estados Unidos e seus aliados estão se preparando para uma "guerra nuclear, visando lançar um ataque preventivo contra a Coreia do Norte".

"Agora que os Estados Unidos pretendem acender o pavio da guerra nuclear, as forças armadas revolucionárias da RDPC exercerão o direito de um ataque nuclear preventivo para destruir os redutos dos agressores e defender os interesses supremos do país", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte em uma declaração em coreano pela Agência Central de Notícias Coreana --oficial do país. Ele usou a sigla do nome oficial do país, República Democrática Popular da Coreia.

O porta-voz disse que a Coreia do Norte não está mais atada ao armistício de 1953, que colocou um fim à Guerra da Coreia, e que suas forças armadas estão livres para "adotar ações militares em autodefesa contra qualquer alvo a qualquer momento" a partir de segunda-feira, quando declarou o término do cessar-fogo.

A resolução adotada pela ONU para imposição de mais sanções contra a Coreia do Norte "obrigará a RDPC a adotar uma segunda e terceira contramedidas mais poderosas, como foi declarado", acrescentou o porta-voz, sem elaborar.

No passado, sempre que a ONU considerava mais sanções, a retórica tipicamente estridente da Coreia do Norte endurecia, com ameaças de guerra. As ameaças se limitavam a isso, e os analistas disseram que a mensagem é mais destinada à população doméstica, à qual eles dizem que o jovem líder Kim Jong Un busca passar um senso de crise, assim como para desestabilizar a região e forçar Washington a fazer concessões.

Fotos de Pyongyang, a capital norte-coreana, divulgadas pelas agências de notícia e publicadas pela imprensa sul-coreana na quinta-feira, mostravam ônibus cobertos com camuflagem militar e estudantes universitários trajando uniformes militares, deixando às pressas suas salas de aula em um exercício militar.

Poucos analistas acreditam que a Coreia do Norte lançaria um ataque militar contra os Estados Unidos, uma decisão que seria suicida para o regime. Mas as autoridades em Seul temem que a Coreia do Norte possa tentar um confronto armado para testar a determinação militar de Park Geun-hye, a primeira mulher presidente da Coreia do Sul, que tomou posse a menos de duas semanas.

4 comentários:

  1. Sociedade Norte Coreana totalmente lobotomizada. Triste.

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  2. Michel: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-03-08/coreia-do-norte-anula-acordos-de-nao-agressao-com-o-sul.html

    Há em vários outros sites essa notícia.

    O cenário está montado. Faltam os atores começarem a atuar.

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  3. Provavelmente o Sul sofreria muita destruição, mas a Coreia do Norte seria aniquilada, suas armas são antigas, sua doutrina é rígida, serve mais para controlar sua população do que vencer um exercito superior em termos tecnológicos.


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  4. A USAF e a US NAVY levariam o terror à CN

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