Na última edição da IDEX, feira do setor de defesa realizada nos Emirados Árabes, apenas duas empresas brasileiras participaram. Nesta edição, quatro companhias mostram seus produtos.
A presença brasileira na IDEX 2013, feira do setor de defesa que será realizada entre os dias 17-21 de fevereiro em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, dobrou em relação à última edição, que ocorreu em 2007. “A feira tem um potencial muito interessante para as empresas brasileiras. Com certeza deverão vir mais empresas na próxima edição”, afirmou Carlos Afonso Gambôa, vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Segurança e Defesa (Abimde). Quatro companhias do Brasil estão no evento, contra apenas duas na edição passada.
A IDEX, que ocorre a cada dois anos, está na 9ª edição e conta com a participação de mais de 900 empresas de 48 países, reunidas num espaço de 55 mil metros quadrados. De acordo com Gambôa, a feira vem crescendo a cada edição e a Abimde, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), está trabalhando para ajudar a promover a indústria de defesa no exterior.
Das 300 indústrias brasileiras do setor de defesa, apenas 10% embarcam seus produtos para o mercado externo e, desse total, 50% exportam regularmente. “Muitas empresas não exportam porque não sabem como é fácil exportar”, disse o vice-presidente. Segundo ele, o setor no Brasil está voltando a crescer. Na década de 80 o Brasil chegou a ficar entre os 10 maiores exportadores, e agora está em busca de novos mercados. “E os mercados da Ásia e Oriente Médio são bem atraentes”, acrescentou.
De acordo com ele, o país tem segmentos que podem competir no mercado externo tranqüilamente. Um exemplo é a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), que está participando da feira de Abu Dhabi pela segunda vez. A empresa já exporta para mais de 80 países, entre eles Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Iêmen, Catar, Tunísia, Líbano, Egito, entre outros. Do total da produção de munição de pequeno e médio calibre da empresa, 80% é destinado ao mercado externo.
“O mercado árabe é importante estrategicamente. Estamos aqui para fortalecer o nosso relacionamento com o Oriente Médio, que tem um potencial muito forte”, afirmou o diretor de exportação da CBC, Robert Van de Vooren. Segundo ele, a feira foi positiva e deve render negócios.
Outra empresa presente no pavilhão brasileiro é a Taurus, que atua em sete segmentos, entre eles armas, forjados e capacetes. Com exportações para mais de 70 países, inclusive para o mercado árabe, a companhia já participou de seis eventos do setor no Oriente Médio. “Estamos muito otimistas em estar participando de um evento tão importante como esse. Para nós, o mercado árabe é muito bom”, disse o assistente de exportação Nelson Maltchik.
Participando pela primeira vez da IDEX está a Condor Indústria Química, que produz armas não letais, como granadas e munições que fazem barulho, soltam gás lacrimogêneo, flash de luz, entre outros 100 tipos de produtos. Há 24 anos no mercado, a empresa também já exporta para o mercado árabe e realizou bons contatos na feira. “Até o final da feira deve sair negócio”, disse Edson Pereira, do departamento de treinamento da Condor.
A empresa Ares Aeroespacial e Defesa também veio pela primeira vez. De acordo com o diretor da divisão de armamentos, Mauricio Campello da Silveira, o mercado árabe tem muitas possibilidades de negócios. A companhia, que ainda não exporta para os árabes, busca parcerias no mercado, pois ela desenvolve projetos de acordo com o pedido do cliente. “O Brasil deveria investir mais nesse setor. O segmento que mais gera tecnologia é o setor militar. É importante o governo focar em tecnologia agregada, isso é o que importa”, afirmou Silveira.
Parabéns a todas empresas brasileiras envolvidas mostrando tecnologias desenvolvidas em nosso país.
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