quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Brasil nuclear
A mensagem é que o mundo não se divide apenas entre os que possuem armas atômicas e os que não
O Brasil é o único membro dos Brics que jamais construiu um artefato nuclear. Essa escolha tem mais consequências para a trajetória internacional do país do que geralmente se reconhece.
Antes mesmo de a primeira bomba atômica cair sobre o Japão, o Brasil estava atrelado a uma economia política na qual o urânio virou commodity global. Estava também vinculado a redes transnacionais de tecnologia nuclear que moldaram a evolução da ciência no país.
No processo, o Brasil recebeu apoio de governos e empresas da Europa e dos Estados Unidos.
Quando o regime militar fez do átomo um elemento importante de seu projeto modernizador, sabia contar com anuência internacional para ir adiante, mesmo que o programa nuclear contribuísse para uma cultura de segredo e arbítrio.
Tudo mudou em 1974, quando a Índia detonou sua bomba e o mundo reagiu criando regras muito mais intrusivas de não proliferação.
Assim como ocorrera no passado escravocrata, o Brasil nuclear virou pária internacional, amargando sanções e pressão externa.
Na defensiva, o regime em Brasília fincou o pé, levando parte do programa para a clandestinidade.
Documentos agora disponíveis para a pesquisa mostram o trabalho brasileiro para obter peças e conhecimento, urânio enriquecido e recursos para custear a empreitada, numa narrativa de iniciativas diplomáticas que vai da Europa à Ásia, passando pelo Oriente Médio.
A política nuclear da época, marcada pela opacidade, teve resultados mistos.
Por um lado, a burocracia e a competição por recursos escassos entre diversos órgãos geraram enorme desperdício e incompetência, além de contribuir para horríveis acidentes com materiais radioativos. Por outro lado, contudo, as ilhas de excelência no seio do programa conseguiram enriquecer urânio com um mix de tecnologias integradas por cientistas e técnicos brasileiros.
Também houve um desenvolvimento inesperado: em sua resistência conjunta diante do regime global de não proliferação, Brasil e Argentina criaram um sistema capaz de gerenciar desconfianças mútuas.
Não surpreende, portanto, que a adesão brasileira às regras internacionais de não proliferação na década de 1990 gerasse divisões.
Para uns, foi capitulação; para outros, bom senso.
Esse embate não acabou.
Há um novo reator ficando pronto em Angra, uma indústria incipiente de enriquecimento de urânio em Resende e contratos polpudos que poderão levar um dia a um submarino de propulsão nuclear.
Isso ocorre em um contexto no qual as regras globais de não proliferação são reescritas a cada dia.
A princípio, o Brasil deveria estar tranquilo. Sua mensagem simples é que o mundo não se divide apenas entre os que possuem armas atômicas e os que não as tem. Divide-se também entre os que poderiam tê-las, mas escolheram outra coisa.
Contudo, nem sempre esse comportamento é premiado. Nem sempre essa mensagem é entendida.
A animada história do relacionamento brasileiro com a ordem nuclear global ainda está em seus capítulos iniciais.
Justamente por ser o único membro do BRIC que não possui armas nucleares é que o Brasil jamais será realmente levado a sério internacionalmente, pois quando a Rússia, China e Índia argumentam, eles argumentam "sentados" em seus arsenais nucleares, o que lhes dá outra estatura. Já o Brasil...nada! E detalhe relativo à segurança nacional: os EUA ou qualquer outro país JAMAIS invadiriam militarmente um país que possua armas nucleares...!
ResponderExcluirNão tem (não oficialmente), mas poderia começar a construir a hora que quisesse. De qualquer forma, sou contra o Brasil ter armas nucleares - assim como qualquer outro país. Mesmo sendo militar, não posso defender algo que serve apenas para matar civis aos montes.
ResponderExcluirE também, ninguém usa uma banana de dinamite para espantar um ladrão.
Não fale isso, porque daqui a pouco vai aparecer um fanfarrão dizendo que você não é patriota, que você é elitista e etc.
ExcluirAcostumado com isso. O Brasil não precisa de nukes para ser respeitado, mas o pessoal não entende isso.
ExcluirO Brasil não precisa de nukes para ser respeitado? Muito bem, vamos aceitar momentaneamente este conto-de-fadas. E quando à segurança nacional? Achas mesmo que o Brasil não corre o risco de, algum dia, de acordo com as conveniências internacionais (Amazônia patrimônio da humanidade)ser invadido militarmente? Ora, isto jamais ocorreria se o Brasil possuísse nukes! Por que achas que os EUA já reiteraram inúmeras vezes que não invadiriam militarmente a Coréia do Norte? Porque a mesma já possui nukes e é louca o suficiente de usá-los! Não tem jeito, o Brasil sempre estará atrás da Rússia, China e Índia por não possuir nukes! Pensar de outra maneira, frente à dura e fria realidade geopolítica, é realmente acreditar em contos-de-fadas...
ExcluirNão se faz necessário bombas atômicas para o Brasil. Eu até gostaria de vê-las em nosso poder, mas uma máquina de guerra moderna e soldados bem preparados já é suficiente para rechaçar qualquer ameaça. O você acha que uma nação nuclear utilizaria armas nucleares no Brasil para roubar nossas riquezas, isso é sem lógica, não?
ExcluirOs EUA não invadiram a Coréia do Norte porque não quiseram. Até aonde eu sei eles não tem capacidade de lançar ataques contra os EUA. Só a Marinha Americana acabaria com 70% das Forças Armadas Coreanas.
O Brasil não precisa está à frente da Rússia, China e Índia. O Brasil é um país melhor de se viver do que esses que você mencionou. Já passamos a Rússia em produção cientifica para se ter uma base.
Não é que uma nação nuclear fosse usar armas nucleares contra o Brasil, mas sim que o Brasil ameaçasse usar armas nucleares caso fosse invadido seja por quem quer que seja! Ficou claro isto? Agora, a Coréia do Norte, caso invadida pelos EUA, teria capacidade de lançar ataques nucleares contra a Coréia do Sul e contra o Japão e isto já bastaria para os EUA! E o Brasil precisaria sim estar à frente da Rússia, China e Índia caso quisesse ser das maiores pontências mundiais. Sobre as forças armadas...sinceramente, dá para comparar as forças armadas do Brasil com as da Rússia, China e Índia?
ExcluirHoje em dia ter Forças Armadas numerosas, bem treinadas e modernas serve de melhor dissuasão do que armas nucleares.
ExcluirVocê falou de EUA e não de Japão ou Coréia do Norte. A Coréia do Norte é incapaz de acertar o coração dos EUA em uma guerra.
O Brasil está muito longe da Rússia, China e Rússia, não precisamos rivalizar com eles. Até aonde eu sei, nenhum desses países tem a intenção de projetar poder fora da Ásia e Europa.
O Brasil tem Forças Armadas inferiores aos países que você cita, mas isso é só. De resto o Brasil é melhor que todos esses países, com exceção da ciência chinesa.
"O único país dos BIRCS a não possuir armas nucleares". Me perdoem a ignorância, mais a África do Sul possui?
ResponderExcluirNão possuí não.
ExcluirCidadão, você tem algum e-mail para nos comunicarmos? Preciso lhe falar...
A produção científica brasileira está infelizmente quase toda concentrada nas Ciências Sociais, temos pequenas ilhas de excelência nas ciência tecnológicas(engenharias e Naturais)como o ITA, INPE, CTA, IME,IMPA, ARAMAR, LNLS e pesquisas levadas a cabo pela força aérea, pela EMBRAPA na área da agricultura, agora em relação aos BRICS, em pesquisa pura e aplicada naquilo que realmente pode gerar um valor agregado para nossa economia; estamos a anos luz. Agora se formos levar em consideração a pobre pesquisa em Ciências Humanas, e em especial em Direito; em que uma leva de jovens querem ser juízes e maus juízes, aí nó somos campeões mundiais. Digo isso com conhecimento de causa, sou mestrando em física do estado sólido da matéria; e sei os milagres que fazemos para tentarmos tirar o país da idade das trevas. Se tivéssemos metade do financiamento que é feito em outros países na área de Ciência básica seríamos vanguarda e não retaguarda, e ainda acho heroísmo de nossos cientistas com tão pouco fazer tanto.
ExcluirA produção cientifica brasileira não é somente no campo das Ciências Sociais não. Se olharmos para a publicação de artigos acadêmicos em revista ciência do povo brasileiro, iremos averiguar que essa sua informação não procede.
ExcluirO que você disse sobre os investimentos em ciência é verdade, mas essa de tirar o país das trevas é ser pessimista demais. Pra você ter uma ideia, na minha faculdade tinha um mestre de nome Adriano Cavalcanti Da Silva. Mesmo em épocas de vacas magras ele se tornou em uma das maiores referência em nanomedicina, nanobiomedicia e seu projeto de um nano robô chamou a atenção dos americanos e hoje trabalhando nos EUA, com os investimentos americanos, ele se tornou uma das maiores referência no assunto, quiçá a maior. Em tempo, é muito fácil meter o pau no governo, mas ninguém critica a falta de empreendedorismo dos cientistas brasileiras em criarem empresas. Preferem mendigarem recursos do governo ao invés de atraírem capital estrangeiro. Nos EUA, muitos jovens cientistas criam empresas e não procuram investimentos do governo americano, mas sim viram sócios de grandes de empresa chinesas, indianas, sul-coreanas, árabes...
Quem falou que o Brasil, ainda não tem armas nucleares, NÃO SABE DE NADA.
ResponderExcluirO que o Brasil, ainda não tem é tecnologia para lançà-la, ou seja MISSEIS INTERCONTINENTAIS e de média portência para "enviá-los" para todas as capitais dos países da América do Sul e América Central.
E não tem, por causa da sabotagem americana, via CIA, há alguns anos no Maranhão, quando a Base de Alcântara, foi destruída por agentes da CIA.
Além dos EUA, proibirem que Cientistas Ucranianos de ajudarem os ,ilçitares brasileiros.
V0CÊS SÃO MUITO INGÊNUOS
O Brasil tem capacidade de fabricar mísseis balísticos sim, ou você se esquece que foguetes espaciais não deixam de ser mísseis?
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montar a bomba no Brasil...é forçar os vizinhos a fazerem o mesmo...
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muito mais eficaz um sistema de defesa antiaéreo estado da arte...que meia dúzia de N
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XTREME
Mesmo q o Brasil Tenha A Bomba Nuclear isso so causaria Impacto verdadeiro na Argentina que ja teve experiença nessa aria, quem mais iria tentar desenvolver uma Bomba Atomica aqui na America do Sul ? Venezuela que mal energia nuclear tem, Peru paraguai bolivia ? kkkkkkk
ExcluirO comentário sobre a falta de mísseis intercontinentais falou tudo.
ResponderExcluirSem esses artefatos, é inútil falar em bomba nuclear, ou vamos lançá-los de AMX?
* Interessante era a ideia do falecido candidatado à presidência Enéas, defensor de um Brasil potência nuclear: " .... o candidato do Prona voltou a defender uma antiga polêmica: a construção da bomba atômica. Mas esclareceu aos prefeitos que sua intenção não é usar o artefato em um possível conflito, mas sim tê-lo como instrumento de respeito. ``A bomba é um dos elementos de dissuasão estratégica. Com ela adquire-se respeito para impor, por exemplo, o preço dos nossos produtos e ``n'' outras coisas. Não há outra forma de negociação a não ser exigindo respeito e nós não somos respeitados lá fora exatamente porque somos considerados cidadãos de segunda classe'', disse. "
A França porque questão doutrinária sempre mantém versões de seus caças para lançar ataques nucleares.
ExcluirE eu estou de olho em você, viu cidadão? Eu te conheço de longa data. Você não me engana.
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Acordem...
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vou citar estudos russos sobre guerras usando a "sexta geração de armas" ...
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estudos esses que foram esmiuçados por microscópio eletrónico nos EUA..
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segundo..Vladimir Slipchenko (analista, das ciências militares, professor da Academia do Estado-Maior General Major-General)...autor do livro "Guerra da sexta geração de armas e arte militar do futuro"
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DIZ Slipchenko:
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"Nossos inimigos nunca virão por terra. Se a guerra vir a nós, ela virá através do espaço aéreo, com armas de precisão. Nota: o impacto será causado não pelas forças armadas, mas para a economia do estado, e isso é muito sério ... "
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"Americanos visarão agora guerras de não-contato. Nestas batalhas alvos militares são alvos secundários. A principal coisa - a economia e a infra-estrutura do inimigo".
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Segundo Slipchenko, durante a guerra da OTAN na Iugoslávia, as forças de Milosevic em 78 dias de combates, tiveram 524 homens mortos, 37 desaparecidos. Menos de um por cento de equipamento militar foi posto fora de ação.
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"Americanos usaram na Iugoslávia armas de precisão contra a economia e infra-estrutura militar. Destruiram radares, sistema de guerra eletrônica, centros de informática, televisão, estações de rádio, repetidores - tudo o que era devido à radiação direta ou indireta. Eles destruíram não só todos os recursos de emissão, bem como papel editorial. A população não teve qualquer informações sobre o verdadeiro curso da guerra"
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XTREME