quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Simulador do Exército busca proteger ambiente virtual


O Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (Ccomgex) apresentou, ontem, o primeiro simulador brasileiro de operações cibernéticas (Simoc). O software será utilizado para treinamento do corpo militar responsável pela proteção do ambiente virtual do Brasil.

O país tem sido cada vez mais alvo de ataques virtuais. Segundo estatística do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br), o total de ocorrências subiu 16,5%, para 466 mil, em 2012. Entre essas ocorrências estão invasões de sites e fraudes. Em 2011, vários sites do Executivo e do Legislativo federal foram tirados do ar por hackers.

O software apresentado pelo Exército foi desenvolvido pela brasileira Decatron, de tecnologia da informação, ao custo de R$ 5 milhões, e terá uso militar e civil. "Atualmente, os crimes cibernéticos movimentam mais dinheiro que o tráfico de drogas internacional", disse o diretor de negócios da Decatron, Bruno Melo. A empresa levou um ano para produzir o programa e contratou 30 especialistas em tecnologia.

Segundo o general Santos Guerra, comandante do Ccomgex, foram analisados produtos semelhantes da França, na Itália e em Israel para criar o similar nacional.

O software será utilizado na capacitação de servidores militares e civis no Exército e no Ccomgex. Segundo o general, o programa estará disponível para uso de outras instituições, como universidades. "Mas com certo cuidado, porque é necessário analisar o perfil do servidor que será treinado", disse.

Até março, o Exército definirá nova licitação para modernizar o software. Para Guerra, o simulador dará mais qualidade aos cursos de capacitação, aplicados desde 2010 a cerca de 300 militares das Forças Armadas e funcionários públicos.

As ameaças digitais incluem hackers, ativistas virtuais e guerra cibernética. Um exemplo recente foi o ataque a centrífugas de urânio no Irã, em 2010, que danificou o equipamento sem que os técnicos percebessem o que acontecia.

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