quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Primeiro-ministro chinês contesta denúncia sobre riqueza familiar

Wen Jiabao

Dois advogados que disseram representar a família do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, emitiram uma declaração contestando aspectos de um artigo do "The New York Times" sobre a riqueza da família, um caso raro de uma poderosa família política chinesa respondendo diretamente a um artigo na imprensa estrangeira.

A declaração, publicada no "The South China Morning Post" no domingo, disse: "As chamadas 'riquezas escondidas' dos membros da família de Wen Jiabao na reportagem do 'The New York Times' não existem".

Após criticar vários pontos no artigo, a declaração insinuou a possibilidade de processar o jornal. "Nós continuaremos fornecendo esclarecimentos sobre as reportagens falsas do 'The New York Times', e nos reservamos o direito de fazê-lo responder legalmente", disse a declaração.

A declaração publicada no "The Post", um jornal de Hong Kong, não foi obtida diretamente pelo "The Times".

A declaração não foi uma ampla negação do artigo. A declaração reconheceu claramente que alguns parentes são ativos no mundo dos negócios e que são "responsáveis por seus próprios negócios".

Apesar de a declaração contestar que a mãe de Wen possui bens, ela não falou sobre o cálculo no artigo de que a família controla ativos no valor de pelo menos US$ 2,7 bilhões (Aproximadamente R$ 5,4 bi). Eileen Murphy, uma porta-voz do "The Times", expressou confiança no artigo.

"Nós defendemos nossa história, da qual estamos incrivelmente orgulhosos e é um exemplo do jornalismo investigativo de qualidade pelo qual o 'Times' é conhecido", ela escreveu em um e-mail.

A declaração representa uma medida incomum para a família de um alto líder chinês. Quando a "Bloomberg News" publicou um artigo no final de junho, descrevendo os imóveis e outros ativos de propriedade da família do vice-presidente Xi Jinping, sua família não emitiu uma declaração pública.

A declaração publicada no "The Post" foi atribuída a Bai Tao, um sócio do escritório de advocacia Jun He, e Wang Weidong, um sócio da filial em Pequim do escritório de advocacia Grandall.

Ninguém respondeu aos telefonemas aos escritórios de ambos os advogados no domingo, nem Wang respondeu imediatamente a um e-mail.

A declaração negou um caso citado no artigo do "Times", descrevendo como um investimento em nome da mãe de Wen, Yang Zhiyun, rendeu US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 243 mi) há cinco anos. "A mãe de Wen Jiabao, exceto pelo salário/pensão que recebe de acordo com a lei, nunca teve renda ou ativos", disse a declaração.

O artigo do "Times" citou "registros corporativos e regulatórios" como fonte da reportagem sobre Yang e disse que o número da identidade dela aparece em documentos mostrando participação em uma seguradora.

O registro de empresas analisado pelo "Times" mostrou que, em 2007, a mãe de 90 anos do primeiro-ministro tinha US$ 120 milhões em ações da Png An por meio de veículos de investimento. Sua assinatura e sua carteira de identidade emitida pelo governo estavam incluídas no documento, que foi obtido por meio de requerimentos de regulação do governo.

A declaração também disse que alguns membros da família de Wen não estavam envolvidos no mundo dos negócios, enquanto outros "realizavam atividades de negócios, mas não realizaram nenhuma atividade ilegal. Eles não são acionistas de empresas". A declaração também disse que Wen não esteve envolvido nessas atividades. "Wen Jiabao nunca exerceu qualquer papel nos negócios de seus parentes, muito menos permitiu que as atividades de negócios de seus parentes tivessem qualquer influência em sua formulação e execução de políticas".

O artigo do "Times" nunca alegou qualquer atividade ilegal, e apontou que Wen aparentemente não tinha acumulado ativos. O artigo também disse que não há evidência de que Wen interveio pessoalmente para ajudar os investimentos de parentes.

O artigo apontou que como primeiro-ministro de um país onde o Estado exerce um grande papel na economia, Wen supervisionou muitos funcionários do governo cujas decisões poderiam ter tido um grande papel na sorte de empresas e investidores.

Hong Lei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, criticou o artigo durante um briefing, dizendo que ele "mancha a China e tem segundas intenções".

O "Times" postou o artigo em inglês na última sexta-feira (26), e em chinês três horas depois, após a tradução das edições finais em inglês. O governo chinês bloqueou rapidamente o acesso aos sites em chinês e em inglês do "The New York Times" pelos computadores no país, antes do artigo ser postado em chinês.

Mas, mesmo assim, muitas pessoas na China parecer ter usado redes virtuais privadas para ler o artigo.

2 comentários:

  1. desde ja pesso desculpas, mas meu comentario ñ tem nada haver com o titulo ,gostaria de saber se vc teria algumas informações arrespeito do ataque israelense a uma fabrica de armas no Sudão essa semana. como a possivel rota das aeronaves? o tipo de aeronave ? e se eles usaram o espaço aério saudita, ñ poderiam usar tbm para um ataque ao Irã?

    Cristiano Martins

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    1. Israel não precisa da Árabe Saudita para atacar o Sudão. Eu acho que eles pediram permissão para os egípcios para passaram por Suez ou passaram sem pedir mesmo.

      Eu não acho que a monarquia saudita deixaria os israelenses usarem seu espaço aéreo para um ataque ao Irã. Na verdade os sauditas adorariam que os israelenses atacassem o Irã, mas os sauditas temem uma chuva de mísseis em seu território, bem como a Primavera Árabe em seu território.

      Ouvir dizer que dessa vez eles só usaram seus caças F-16.

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