segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Aviação brasileira de caça a caminho da modernização

Aeronaves de alto desempenho operacional vão consumir cerca de R$ 10 bilhões do Governo
Acima um F-5EM da Força Aérea Brasileira (FAB)

A Força Aérea Brasileira (FAB), a exemplo do Exército e da Marinha, também será contemplada com investimentos do Governo federal para ampliação e modernização de seus mecanismos de defesa. Um dos projetos e que deve consumir mais de R$ 10 bilhões prevê a compra  de novos aviões de caça, que  substituirão outras aeronaves, principalmente os Mirage 2000.

No Livro Branco de Defesa Nacional, documento do Ministério da Defesa, são apresentadas as principais ações do Estado na defesa do País, bem como os desafios para as próximas décadas. No livro estão previstos para a FAB investimentos na gestão organizacional e operacional, capacidade operacional, controle do espaço aéreo, capacitação operacional e científico-tecnológica, indústria aeroespacial, desenvolvimento de engenhos aeroespaciais, modernização dos sistemas  de formação de recursos humanos e apoio aos militares  e civis do Comando da Aeronáutica (Comaer).

De acordo com as informações do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica ao Correio do Estado, o planejamento preocupa-se em qualificar e dimensionar a força para o cumprimento da missão. O planejamento estratégico tem um horizonte temporal de vinte anos. A meta é aprimorar o pessoal e acompanhar a evolução tecnológica mundial. Para definição destas prioridades, o Alto-Comando da Aeronáutica avaliou aspectos como as necessidades de equipamentos, de articulação e de restrições orçamentárias para o cumprimento da missão constitucional.

ANDAMENTO
Alguns projetos prioritários para a Força Aérea já estão em andamento, como a aquisição e recebimento dos helicópteros EC-725, H-60 e AH-2 para a Força Aérea, aeronaves de reabastecimento em voo, aviões de transporte e de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT).

Quanto ao Projeto F-X2, que prevê a aquisição de aeronaves de combate de alto desempenho, com transferência de tecnologia, a Força Aérea já fez todos os estudos técnicos, levantamentos e testes. As aeronaves F-18, Gripen e Rafale são as que atendem as necessidades operacionais brasileiras. O relatório final da análise do Comando da Aeronáutica foi entregue ao Ministério da Defesa.

Com relação ao projeto Avião KC-390, com desenvolvimento nacional, o objetivo é  a aquisição do KC-390, novo jato projetado pela Embraer para substituir os aviões C-130 Hércules em missões de transporte e reabastecimento em voo. O voo do primeiro protótipo deve ocorrer até o final de 2014, com o recebimento das primeiras unidades em 2016.

Quanto à compra e operação de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) ou VANT, duas unidades já foram recebidas e a FAB as empregou em operações Ágata na fronteira sul e na região amazônica, além de colaborar nas ações de segurança durante a Rio + 20, realizada em junho. No tocante aos helicópteros de ataque, nove AH-2 Sabre foram recebidos pela FAB e já estão em operação a partir da Base Aérea de Porto Velho (RO).

A Força Aérea, que teve seu batismo de fogo durante a Segunda Grande Guerra, conta um efetivo aproximado de 67 mil militares, trabalhando com meios operativos que são agrupados, de acordo com seu emprego, em aviações de caça, patrulha, transporte, busca e resgate, asas rotativas e reconhecimento. Estão distribuídos em várias bases aéreas.

DECISÃO SOBRE O FORNECEDOR DEVE SAIR SOMENTE NO PRÓXIMO ANO
Com uma proposta de investir pelo menos US$ 4 bilhões na aquisição de 36 novos caças, o Governo brasileiro decidiu esperar até meados do próximo ano para uma decisão. A transferência de tecnologia é um dos itens das negociações. Na lista de possíveis fornecedores, como finalistas são a norte-americana Boeing, a francesa Dassault Aviation e a  sueca Saab-BAE.

Num primeiro momento, o Governo brasileiro chegou a anunciar a preferência pelo francês Rafale. Mas, houve recua na escolha, porque os militares da FAB preferem o americano F-18, produzido pela Boeing. Enquanto isso, técnicos da área de densenvolvimento não escondem o desejo pelos suecos Gripen, da Saab

Para o Governo, os termos da partilha de tecnologia serão cruciais para definir o vencedor. Mas, a Boeing ganhou pontos ao anunciar uma série de parcerias com  a Embraer, que está agressivamente ampliando suas  operações de defesa. Em julho, a Embraer disse que a  Boeing irá fornecer sistemas  de armas para o caça Super Tucano, e a empresa dos  EUA também está ajudando  no desenvolvimento do KC-390, um jato de reabastecimento em voo e transporte  militar da Embraer.

Há pressa da FAB numa definição, até mesmo porque a sua frota está se tornando cada vez mais obsoleta e cara de manter. Além disso, o Brasil está sob pressão para melhorar sua capacidade defensiva como parte dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. (TG)

O Comando da Aeronáutica, em Brasília, sinaliza que Mato Grosso do Sul e região, especialmente em decorrência de suas características fronteiriças com a Bolívia e Paraguai, também devem ser beneficiados com o reequipamento e modernização da FAB.

A assessoria da Aeronáutica confirma que há previsão de implantação de novas aeronaves e, inclusive, a transferência de esquadrões de aviação para a Base Aérea de Campo Grande (BACG).

ESQUADRÕES
Apesar de ainda não haver informações detalhadas de como se dará o fortalecimento da unidade da Capital, há três anos, aproximadamente, quando de sua passagem por Campo Grande, por ocasião de um torneio de aviação de caça, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Junito Saito, demonstrou interesse na instalação de mais três esquadrões na  Base Aérea da Capital, como um esquadrão de VANT, um esquadrão de caças de alta performance e um esquadrão  de comunicação e controle. Hoje, os dois primeiros veículos aéreos não tripulados recebidos pela Força Aérea estão alocados no Esquadrão Hórus, da Base Aérea de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul.

Ainda de acordo com a Aeronáutica, entre os seus projetos para execução nos próximos anos estão a adequação de bases aéreas e ampliação de pistas alternativas, fusão e distribuição de organizações, logísticas e transferência de unidades aéreas para as regiões Norte e Centro-Oeste.

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