sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Massacre de palestinos no Líbano completa 30 anos sem punições
Matança nos campos de refugiados de Sabra e Chatila foi promovida por cristãos de direita
"O que encontramos dentro do campo palestino de Chatila às 10h da manhã de 18 de setembro de 1982 é inacreditável demais para descrever (...). Essas pessoas foram abatidas desarmadas. Isso era um assassinato em massa, um crime de guerra", relata o jornalista britânico Robert Fisk em seu livro "Pobre Nação".
Junto com três colegas repórteres, ele foi uma das primeiras testemunhas do massacre nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, em Beirute, no Líbano.
Dia 16 de setembro de 1982 foi o início do ataque. Estima-se que de 1.700 a 3.000 pessoas tenham sido mortas, em três dias. Forças falangistas (cristãos de direita) invadiram Sabra e Chatila, em conluio com as tropas israelenses, em meio à guerra civil libanesa (1975-1990).
Trinta anos depois, não houve reparação aos envolvidos por parte do governo libanês, de Israel ou da ONU. Os responsáveis tampouco foram julgados ou punidos.
"Os refugiados palestinos são hoje tão marginalizados quanto eram há 30 anos. Os palestinos não são bem-vindos no Líbano", explicou Leonardo Schiocchet, doutorando pela Boston University com tese sobre os refugiados palestinos e pesquisador na UFF (Universidade Federal Fluminense).
Segundo ele, os partidos libaneses veem a ampliação de direitos para os palestinos ou obras de melhoria nos campos como algo que faria os refugiados ficarem permanentemente no país.
Lixo se acumula pelas vielas de Sabra e Chatila. Não há asfalto ou esgoto encanado. Os campos são favelas. No lugar de barracos, construções improvisadas com tijolos.
O Líbano abriga 400 mil refugiados palestinos. Na vizinha Síria, são cerca de 500 mil. "Ainda não aconteceu nada da mesma escala de Sabra e Chatila na Síria. Mas os palestinos estão em risco lá", disse Schiocchet.
Em agosto, morteiros atingiram o campo palestino de Yarmouk, em Damasco. Ao menos 20 pessoas ficaram feridas, segundo a ONU. Em agosto, mais de 5.000 palestinos fugiram da Síria.
Uma coisa eu digito: É muito difícil para um homem armado abater um outro desarmado! É um dos trabalhos mais árduo que existe!
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