quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Rebeldes sírios estão assustados com o extremismo dos seus “aliados” estrangeiros


Rebeldes em Aleppo
Toda vez que há uma guerra no Oriente Médio há um forte apelo religioso quer queira quer não. Mujahedeens do mundo inteiro migram-se aos montes para área de conflito para tomar ações de um lado ou de outro. A Guerra Civil Síria não é diferente. O desejo dos Mujahedeens em ajudar os seus “irmãos” a derrubar regime de Assad é muito importante para os rebeldes. Mas os estrangeiros vão depor suas armas os rebeldes estrangeiros se o governo de Assad cair? Os rebeldes sírios acreditam não.

“São muito extremistas. Eles querem destruir qualquer símbolo estatal, até as escolas”, disse à agência de notícias Reuters Abu Bakr, um comandante rebelde sírio.

A preocupação está crescendo apesar da obvia vantagem que trazem os voluntários estrangeiros para a insurgência na Síria.

Islamitas de muitos países trazem consigo à Síria dinheiro, armas e sua rica experiência de combate, em outras palavras, tudo aquilo que faltava aos rebeldes aficionados.

“São extremamente eficazes e sigilosos. Eles coordenam com nós seus ataques ao regime, mas não respondem a ninguém. Trazem armas do exterior e explosivos contrabandeados que são muito melhores que o que dispomos”, disse Anwar, um rebelde sírio de Aleppo.

Precisamente esta ajuda em grande escala faz que os rebeldes sírios sejam capazes de fazer frente ao exército regular de Assad em algumas ocasiões e deixam os rebeldes cheios de otimismo ao ponto de rechaçar qualquer proposta de Assad.

“Nosso objetivo é construir um novo futuro e não destruir tudo”, afirma Abu Bakr acrescentando: “Quando cair Bashar, poderíamos ver-nos em um novo campo de batalha, desta vez com nossos antigos aliados”.

Adeptos do salafismo e wahabismo, movimentos radicais islâmicos, assim como devotos e idealistas da Jihad estão presentes no cambo de batalha na Síria. Nem tudo são homens e armas, mas também os milhões de dólares provenientes dos estados ricos do Golfo Pérsico, tal como Arábia Saudita e Kuwait.

Por outro lado, os rebeldes sírios (me refiro aos soldados e não as lideranças) em sua maioria são jovens sunitas de pobres zonas rurais e não aspiram mais além da derrubada de Assad. Alguns deles falam sobre um estado em que entre em vigor a sharia (lei islâmica).

4 comentários:

  1. Michel, qual a sua opiniao do que aconteceria à síria de assad caisse?

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    1. Sinceramente não podemos prever isso. Os rebeldes dizem que não querem a interferência na Síria pós-Assad. Mas ainda não podemos analisar o que realmente querem os rebeldes.

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  2. Conheci o blog ontem de tarde e confesso que não consegui parar de lê-lo. Com certeza é o melhor blog do gênero no Brasil. Eu costumo ler outros sites e blogs e já reparei que eles estão usando seus textos. Uns até informam que você é a fonte, outros pegam partes de suas traduções e criam “novos” textos, caso do Plano Brasil. Continue assim, nos brindando com notícias de qualidade e que não podemos ver em lugar algum.

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  3. Se o Assad cair a Síria será uma Líbia muito piorada ainda, liderar a Líbia perto da Síria é fichinha, e o CNT não consegue chegar nem perto de manter a ordem, nem em Tripoli vem conseguindo, a Líbia tem problemas tribais e regionais sérios de rivalidade, mais nada se compara a diferenças religiosas, o fanatismo leva a achar o outro religioso alguém que é inimigo de Deus ou Allah no caso do muçulmanos que da na mesma, aquele ato de enforcar uma criança por ser xiita mostrado no próprio blog, mostra isso claramente.A divisão entre xiítas e sunitas é cada vez maior, os Alawitas seriam perseguidos na Síria pós- Assad, o Irã se vingaria de quem derrubaria seu único governo aliado de fato na região,o Irã sabe como poucos como organizar guerrilhas e pós-guerras que se diga o Hezbollah e milícias xiitas no Iraque sempre muito eficientes. Muitos sírios simpáticos ao Baath viriam e com razão o ELS como um bando de traidores vendedores do próprio país, iam querer vingança, não precisa ser nenhum gênio, para deduzir de forma 100% lógica o que ocorrerá se o Assad cair, duas uma ou o Assad mnassacra eles e depois aplica a ordem e vai lá se saber quantos anos depois, ou o ELS massacra os apoiadores do Assad e depois terá o longe pós-guerra. Uma coisa é certa teremos uma carnificina na Síria que poderá atingir patamares da antiga Iugoslávia entre outras carnificinas recentes.

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