quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Obama e Romney discutem o papel da fé religiosa nas suas vidas

Obama e Romney

A religião é um tópico que costuma ser considerado um verdadeiro campo minado na política, e é por isso que tanto o presidente Barack Obama quanto o seu adversário republicano, Mitt Romney, costumam se recusar a conceder entrevistas sobre questões religiosas. Mas eles concordaram em responder a nove perguntas por escrito sobre as suas fés pessoais e o papel que a fé desempenha na vida pública. As questões foram formuladas pela “Cathedral Age”, a revista da Catedral Nacional de Washington.

Nenhum dos dois revelou muita coisa que já não tivesse divulgado antes, mas mesmo assim as respostas foram reveladoras. Obama afirma que a sua fé cristã proporciona a ele uma segurança e um consolo que, caso contrário, ele não teria: “Tenho a sensação de que sou amado. De que, no fim das contas, Deus está controlando a situação”.

Já Romney diz que a sua fé diz respeito ao serviço, tanto como pastor laico na sua igreja, quanto como um ser humano em relação aos seus compatriotas e “a todos os filhos de Deus”. Mas, conforme fez em outras ocasiões, ele jamais menciona o nome da igreja à qual ele serviu e que modelou a sua vida, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Ambos os candidatos já foram alvos de críticas e de profunda incompreensão quanto às suas religiões: a igreja de Romney foi chamada de “culto não cristão”; e Obama foi classificado de “muçulmano que não saiu do armário”. A revista perguntou como eles respondem àqueles que “questionam a sinceridade da sua fé e do seu cristianismo”.

Obama afirma: “Sabe, não há muita coisa que eu possa fazer quanto a isso. Como presidente, eu tenho um trabalho a cumprir, e esse trabalho não envolve convencer as pessoas de que a minha fé em Jesus Cristo é legítima e real”.

Romney enfatiza os pontos comuns entre o mormonismo e o cristianismo tradicional, afirmando acreditar que Jesus Cristo é o filho de Deus e o salvador da humanidade. A seguir, reconhecendo o caráter distinto da sua igreja, ele diz: “Toda religião possui as suas próprias doutrinas e uma história específica. Isso não deveria se constituir em motivo para críticas, mas sim em um teste para a nossa tolerância”.

Obama elogia o ex-presidente George W. Bush por ter colocado a sua fé acima da política no que se refere a certas questões de política governamental: “Eu não sei como ele teria abordado a questão da reforma da imigração ou da Aids na África se ele não fosse um indivíduo religioso”.

O reverendo Francis H. Wade, diácono interino da Catedral Nacional de Washington, diz que a única coisa que o surpreendeu foi “o fato de eles nos terem respondido, quando não responderam a outros”.

“Nós acreditamos que a posição religiosa dos candidatos é uma parte significativa da conversação que está em andamento”, afirma Wade. “Também é meio óbvio que a nossa cultura tem medo disso”.

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