quinta-feira, 22 de março de 2012

'Não perderemos do Brasil', diz britânico


Ministro das Finanças apresenta Orçamento e, em seu discurso, cita os Brics como novas potências da economia


Recentemente, Brasil passou Reino Unido como 6ª economia do mundo; governo vai reduzir impostos

Gráfico mostra as maiores economias de 2011 e confronta os números com os números de 1990
O ministro britânico das Finanças, George Osborne, apresentou ontem ao Parlamento o Orçamento para o país, que quer mais exportações e também acirrar a competição por investimentos com o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Em discurso que durou cerca de uma hora, Osborne mencionou duas vezes o Brasil. No primeiro momento, afirmou: "Nós vamos assistir aos Brasis, às Chinas e às Índias como potências mundiais à nossa frente na economia global ou teremos a determinação nacional de dizer: 'Não, não ficaremos para trás. Nós queremos liderar'?".

No final do ano passado, projeções apontaram que o PIB do Brasil, medido em dólares, superou pela primeira vez o do Reino Unido, fazendo os britânicos perderem uma posição (de sexto para sétimo) no ranking das maiores economias mundiais.

Ao mencionar que o país precisa de mais exportações, o ministro das Finanças declarou: "Na última década, vendemos mais à Irlanda que ao Brasil, à Rússia, à Índia e à China somados. Esse foi o caminho para a irrelevância econômica do Reino Unido".

Para promover maior crescimento, o Orçamento contará com uma redução no imposto de empresas, de 26% para 24%, e também aumentará a faixa de rendimentos isenta de tributação, de R$ 23,5 mil para R$ 26,6 mil por ano -medida que só valerá a partir de abril de 2013.

O imposto sobre a camada mais rica da população, que era de 50%, será reduzido para 45%, em uma tentativa de incentivar o empreendedorismo, justificou Osborne.

O Reino Unido também reviu ontem sua previsão de crescimento do PIB para 2012, que ficou ligeiramente melhor: de 0,7% para 0,8%. O número de desempregados, contudo, deve chegar ao pico de 1,67 milhão de pessoas.

Osborne disse que o país foi seduzido por grandes deficit orçamentários e pela ilusão de financiamento barato. A coalizão do premiê David Cameron quer reduzir o deficit estrutural até 2017 e tem se comprometido com medidas de austeridade, embora não tenha assinado o pacto fiscal europeu em março.

Uma das medidas para aumentar a arrecadação é a criação de imposto de 7% na aquisição de propriedades que valham mais de 2 milhões de libras (R$ 5,8 milhões). Outra proposta, que será detalhada em julho, é o aumento da idade para aposentadoria.

O líder da oposição, Ed Miliband, fez duras críticas ao documento, que considerou injusto e feito com base nas escolhas erradas.

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