quinta-feira, 1 de março de 2012
Irã e Embraer voltam à agenda com os EUA
Irã e aviões da Embraer, dois temas que geraram atritos entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, voltaram à agenda bilateral a pouco mais de um mês da viagem da presidente Dilma Rousseff a Washington, para um encontro com o presidente Barack Obama.
O cancelamento de uma licitação para venda de jatos à Força Aérea americana, por pressões políticas nos EUA, incomodou as autoridades brasileiras, que receberam do Departamento de Estado americano a garantia de que a decisão nada tem a ver com notícias de possível escolha do caça francês Rafale para equipar a FAB.
O tema deve ser tratado amanhã pelo governo com um enviado do Departamento de Estado, William Burns, que chega hoje ao Rio para preparar a visita de Dilma. Burns deve fazer um pronunciamento público e conceder entrevista, antes de viajar a Brasília para falar às autoridades brasileiras. Deve enfatizar os pontos de interesse comum entre os dois países. Mas, nos últimos dias, ações brasileiras em relação ao Irã voltaram a preocupar autoridades em Washington.
O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, preocupado com as ameaças de ataque ao Irã, por Israel, e pelas declarações de Obama de que "todas as opções estão na mesa", pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, que se pronunciasse sobre a legalidade, no direito internacional, das ameaças de uso unilateral da força.
Algumas opções são "contrárias às leis internacionais", diz o ministro, para quem as ameaças "aumentam a tensão de maneira desnecessária". Os diplomatas brasileiros vêm sondando, na ONU, a receptividade a uma ação preventiva que condene qualquer solução no caso do Irã não aprovada em negociações multilaterais.
Embora autoridades iranianas tenham manifestado interesse em ter o Brasil entre os mediadores sobre a fiscalização do programa nuclear, o Itamaraty descarta a ideia, a menos que haja uma delegação explícita dos países envolvidos.
O caso da Embraer, pelo menos por enquanto, tem menor potencial de aumentar atritos entre os dois governos. No Planalto e no Itamaraty, o cancelamento da licitação é visto como consequência da disputa interna entre a Boeing, que quer vender caças ao Brasil, e a Lockheed, cuja subsidiária compete com a Embraer no mercado americano. Segundo um assessor de Dilma, o Brasil passará a denunciar publicamente como má-fé dos EUA, se a Força Aérea americana rejeitar a Embraer sob bases frágeis, como o fato de que o governo brasileiro tem uma "golden share" na empresa.
Eo povo ainda quer compra F 18 . pra ficar nesa ladainha
ResponderExcluirPelo que eu ando acompanhando o "povo" não quer ver o Brasil de Super Hornet, nem o governo.
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