quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Irã ameaça realizar ataques preventivos e diz que AIEA não visitará usinas
Tensão aumenta e general iraniano diz que Teerã não esperará uma ofensiva dos inimigos para agir
O governo do Irã advertiu ontem a comunidade internacional de que realizará um ataque preventivo contra seus inimigos caso sinta que seus interesses nacionais estão sob ameaça. O anúncio foi feito em meio ao aumento da tensão entre o Ocidente e Teerã, por conta do programa nuclear iraniano, e um dia depois de o Irã anunciar exercícios militares para proteger suas instalações atômicas.
O cenário atual na região levou a especulações de que Israel estaria planejando um ataque militar contra as usinas nucleares iranianas - que, segundo o Ocidente, estariam produzindo material para armas atômicas. Teerã nega as acusações e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Sem citar Israel diretamente, o general Mohamed Hejazi, o segundo na linha de comando das Forças Armadas iranianas, afirmou que o Irã não esperará que os inimigos atuem contra o país. "Nossa estratégia agora é que se sentirmos que nossos inimigos querem colocar os interesses nacionais do Irã em perigo, vamos agir sem esperar por suas ações", afirmou o general à agência de notícias Reuters.
Pressão
Apesar do embargo da União Europeia que entrará em vigor em julho, o ministro do Petróleo do Irã, Rostan Qasemi, ameaçou os países da UE afirmando que Teerã cortará o envio de petróleo se alguns dos integrantes do bloco não assinarem contratos de longo prazo com o pagamento garantido.
Segundo a agência Fars, Qasemi pressionou os países europeus que mais compram petróleo iraniano a tomar logo uma decisão para não ter o mesmo destino que França e Grã-Bretanha - nações cujo envio de combustível foi suspenso por Teerã no domingo.
AIEA
Uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não inspecionará as instalações nucleares iranianas e apenas se reunirá com funcionários de alto escalão nos dois dias de visita ao Irã, informou nesta terça o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast. A declaração põe em dúvida se os inspetores da ONU conseguirão confirmar se o Irã está realmente tentando obter armas nucleares, como suspeita o Ocidente.
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