Rafale não tinha vencido nenhuma disputa externa, o que diminuía as suas chances
O governo da Índia selecionou o avião de caça francês Dassault Rafale numa concorrência gigante visando o fornecimento de 126 aparelhos para sua Força Aérea.
A escolha é um grande trunfo para a França na disputa que corre no Brasil -aqui, a FAB (Força Aérea Brasileira) tenta há dez anos comprar 36 novos caças. O processo está paralisado desde o ano passado.
A vitória na Índia, que ainda não é final por depender de negociações contratuais como o próprio governo francês afirmou, garante à Dassault algo que sempre foi apontado como um obstáculo em sua tentativa de venda ao Brasil: a falta de escala na produção do Rafale.
Isso porque o modelo só é operado pela França, que com 272 encomendas já considerava encerrar a produção do avião. Tendo fracassado em todas as concorrências externas, a Dassault apostava tudo no negócio indiano.
A compra asiática é a maior do mundo em quantidade. É estimada em US$ 11 bilhões (R$ 19,2 bilhões). A disputa brasileira está avaliada entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões.
Na Índia, cada Rafale com pacote de armas e transferência tecnológica poderá sair por cerca de US$ 90 milhões, menos da metade do valor apresentado nas negociações brasileiras até aqui.
Mas é preciso levar em conta que a quantidade maior de aviões barateia custos. Lá, o Rafale derrotou o Eurofighter Typhoon, produzido pelo consórcio europeu EADS.
No Brasil, o francês disputa com Boeing F-18 (EUA) e Saab Gripen (Suécia). No último ano, o Rafale havia acumulado reveses como a derrota na venda à Suíça e a suspensão da negociação com os Emirado Árabes Unidos.
Já o F-18 viu suas chances crescerem por conta da pressão diplomática americana e pelo fato de a Força Aérea dos EUA ter selecionado o brasileiro Super Tucano numa disputa ainda em suspenso.
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