segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Marinha russa terá novos mísseis e submarinos

Tripulação do submarino K-550 Alexander Nevskiy posa para foto ao lado do mesmo

O final de 2011 foi marcado pelo lançamento bem-sucedido de dois mísseis balísticos intercontinentais Bulava-30 a partir de um submarino submerso.

Os dois Bulavas - ou SS-NX-30 na classificação da Otan - foram lançados de maneira simutânea pelo submarino K-535 Yuriy Dolgorukiy, da classe Borey (Projeto 955), em imersão no mar Branco coberto de gelo. Segundo a assessoria de imprensa do ministério da Defesa da Rússia, o lançamento correu bem e todas as ogivas instalados nos mísseis (podendo cada um transportar entre seis e dez munições) atingiram os alvos no campo de provas de Kura na península de Kamchatka, após percorrer oito mil quilômetros.

Ao todo, o BulavA realizou 18 lançamentos, dos quais apenas onze foram reconhecidos como bem sucedidos. Mas esse lançamento, que foi o primeiro a ser realizado em salva, deu ao presidente russo, Dmitri Medvedev, motivos para dizer, em uma recepção no Kremlin, que os testes do Bulava foram concluídos e que o míssil e seu lançador, o submarino K-535 Yuriy Dolgorukiyi, serão entregues, em breve, à Marinha russa.

O presidente não falou das datas concretas, mas os especialistas acreditam que a entrega acontecerá nos primeiros meses de 2012.

O Projeto 955 (de submarinos lançadores de mísseis balísticos da classe Borey) foi concebido e desenvolvido em São Petersbugo em meados dos anos 90 para lançar o míssil balístico Bark, projetado pelo centro de engenharia e projeção Viktor Makeev. No entanto, os três primeiros lançamentos do Bark a partir de uma rampa no mar Branco falharam. Além disso, o míssil apresentado para os testes era duas vezes maior e mais pesado do que aquele encomendado pelo ministério da Defesa.

Nos anos 1990, a Rússia não tinha condições econômicas nem tecnológicas suficientes para construir grandes submarinos, por isso o governo encomendou um novo míssil ao Instituto de Equipamento Térmico de Moscou, dirigido por Yuri Solomonov. A ideia era construir um novo míssil naval a partir do míssil Topol-M, desenvolvido por esse instituto na década de 1990. Mas o projeto falhou e o Instituto de Equipamento Térmico, desenvolvedor do projeto de Bulava, e a fábrica de Votkinski, montadora do míssil, não receberam os materiais necessários.

Algum tempo mais tarde, as empresas envolvidas no projeto Bulava conseguiram superar as dificuldades e conclui-lo com sucesso. Agora o Bulava e o submarino K-535 Yuriy Dolgorukiy vão entrar em serviço da Marinha russa como complexo único de dissuasão nuclear. Sua construção envolveu cerca de US$ 2 bilhões.

Após o K-535 Yuriy Dolgorukiy, a Marinha russa vai receber outros três submarinos da mesma classe, o K-550 Aleksandr Nevskiy, com 16 tubos para o míssil Bulavá, o Vladimir Monomakh e Svyatitel Nikolay, que possuirão, cada um, 20 tubos.

Até 2020, serão construídos outros quatro submarinos que levarão, cada um, vinte mísseis de ogivas múltiplas de guiamento individual. 

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