quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

“Israel e EUA estão em guerra secreta com o Irã”, diz ex-membro do Mossad

Carro de Mustafa Ahmadi Roshan aguarda a pericia 

“A guerra secreta entre Irã e outros países, como Israel, Estados Unidos e Arábia Saudita, está em marcha praticamente desde a Revolução Islâmica (1979)”, admitiu um veterano dos serviços secretos israelenses em respostas ao assassinato de um cientista nuclear iraniano. A declaração foi produzida depois que Israel se negou fazer comentários oficiais sobre o episódio e a Casa Branca rechaçar categoricamente a implicação dos Estados Unidos.

Nessa “guerra secreta” há bastante participantes, a oposição iraniana está incluída, e ninguém atua por sua conta, diz Ilan Mizrahi, um veterano do Mossad, a maior agência de inteligência do país. Mizrahi, ex-subdiretor da agência e ex-diretor do Conselho de Segurança de Israel, convocou uma coletiva de imprensa dedicada ao caso em um hotel em Jerusalém.

Em marco dessa intervenção sublinhou que alguns dos episódios desse confronto “permanecerão ocultos” para sempre. O veterano definiu essa situação como “algo intermediário entre a guerra a diplomacia, algo que pode resultar em guerra aberta, mas que mantém abertas as vias de contato mais ou menos encobertas”.

O cientista iraniano Mustafa Ahmadi Roshan, professor da Universidade Tecnologia de Teerá, foi assassinado 11 de janeiro depois que uma bomba acoplada em seu carro explodiu. Roshan era supervisor da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, na província iraniana de Isfahan, um elemento chave de um controverso programa nuclear de Teerã. O atentado aconteceu um dia depois de que Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmara que outra usina nuclear iraniana, a de Fodrow, começou a produzir urânio enriquecido a 20%.

Para se construir uma bomba nuclear, se faz necessário enriquecer o urânio a cerca de 93,5% e segundo dados da AIEA, o Irã enriquece urânio sob sua supervisão. Entretanto, os EUA qualificou o feito como uma nova escalada por parte de Teerã nas violações das obrigações contraídas sob as resoluções da ONU.

A República Islâmica do Irã atribuiu a Israel a responsabilidade pelo assassinato do cientista. O Estado Hebreu não ofereceu uma resposta oficial. A Casa Branca, por sua vez, comentou que “condena com veemência esse ato de violência, como qualquer atentado contra uma pessoa inocente e nega categoricamente qualquer implicação nessa morte” e expressou sua condolência a família do cientista assassinado.

No entanto, nesse contexto cabe mencionar o comentário feito em meados de novembro de 2012 um dos candidatos republicano a presidência dos EUA, o ex-senador Rick Santorum: “De vez em quando, surgem cientistas mortos que trabalham para o programa nuclear iraniano. Espero que os EUA esteja envolvido (em todas) estas operações.  Espero que em nossas operações secretas demos todos os passos necessários para que o programa nuclear iraniano não avance. Penso que temos que enviar uma mensagem muito clara: se é um cientista da Rússia ou da Coréia do Norte e que vá participar de um programa nuclear para projetar bombas para o Irã, esse cientista não está salvo”, assegurou.

3 comentários:

  1. como estudante de física fico revoltado com isso

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  2. Eu quero ver quando o Irã mandar o recado para o Israel.

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    1. Não precisa nem o Irã responder. As Forças Especiais do Hizbollah são capazes de matar ou sequestrar funcionários-chave de Israel.

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