sábado, 28 de janeiro de 2012

Brasil ajudará Suriname a reformar Defesa


Dois soldados surinamenses praticam artes marciais mistas em marco de um programa de treinamento com o USMC  


O governo brasileiro vai apoiar a reorganização da estrutura militar e de Defesa do Suriname, país de 487 mil habitantes e 1.840 soldados, na fronteira norte.

Na semana passada, os ministros da área de ambas as nações, Celso Amorim e Lamoure S. Latour, reuniram-se na sede da Embraer, em São José dos Campos, para ajustar os termos da cooperação. O Suriname quer adquirir de dois a quatro Super Tucanos, turboélices de ataque leve. Quer também navios-patrulha de 500 toneladas, da Emgepron, empresa mantida pela Marinha. Latour disse que os seis blindados Cascavel EE-9, armados com um canhão 90 mm, e os 15 Urutus, para transporte de tropas, recebidos do Brasil em 1983, precisam passar por um processo de revitalização. As forças surinamesas necessitam de 100 caminhões e cerca de 80 veículos diversos. Gostariam de mandar oficiais para as escolas de formação do Brasil.O pacote inclui ainda um sistema eletrônico de comunicações.

Empresários do setor ouvidos pelo Estado avaliam que os negócios em discussão podem chegar aos US$ 150 milhões - dependendo das especificações, por exemplo, dos componentes de bordo dos aviões e dos navios. Isso significa 8 vezes o orçamento anual da Defesa do Suriname. Nos últimos seis exercícios, essa rubrica tem variado em torno de US$ 20 milhões.

Aos negócios. O ministro da Defesa, Cels0 Amorim, determinou ao secretário de Produtos de Defesa, Murilo Barboza, que faça a avaliação da abertura de uma linha especial de crédito para atender à demanda do Suriname.

O problema ficou para a última parte do encontro, com a participação dos quatro chefes militares brasileiros - almirante Júlio Moura Neto, da Marinha, general Enzo Peri, do Exército, brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica e general José de Nardi, do Estado-Maior Conjunto. O ministro Latour solicitou a criação de mecanismos para ter acesso aos dados do satélite brasileiro de sensoriamento remoto e também a informações produzidas pela sofisticada rede digital do Sipam, o Sistema de Proteção da Amazônia. Latour considera a ferramenta indispensável para combater ações ilícitas, como voos clandestinos do tráfico de drogas e de contrabandistas.

É um tema delicado. O atual presidente do Suriname, Dési Bouterse, eleito em 2010, foi condenado na Holanda a uma pena de 11 anos, que pode chegar a 16, por tráfico de drogas. Alega que se trata de "armação política". O DEA, agência antinarcóticos americana, qualifica o país como uma importante conexão das rotas de circulação de cocaína.

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