A decisão de aditar para 2012 um importante teste do míssil balístico intercontinental Bulava tem como finalidade “obedecer” várias rações, entre elas, o desejo de se resguardar de um eventual fracasso às vésperas das campanhas parlamentares de 4 de dezembro, escreve hoje o jornal russo “Moskovskie Novosti”.
O Ministério da Defesa da Rússia tinha idealizado o quarto e último lançamento de testes do Bulava para 28 de novembro deste ano, mas de última hora anunciou que o testes seria adiado para o ano que vem. Segundo algumas fontes militares, o testes acontecerá em junho de 2012.
Representantes da indústria militar atribuíram o adiamento do testes às condições meteorológicas desfavoráveis no Mar Branco, mas uma fone da base naval de Severodvinsk declarou o jornal citado que “o tempo é normal para atual data”.
Informações extraoficiais diziam que o Bulava iria engrossar o arsenal estratégico russo no final desse ano, caso o último testes fosse um sucesso.
“A cúpula da Defesa decidiu por algum motivo adiar esse lançamento histórico”, disse uma fonte do setor militar.
Lev Solomonov, subchefe de Desenho do Instituto de Termotécnica de Moscou (MIT) e irmão de Yuri Solomonov, criador do Bulava, afirmou que os engenheiros não tem nada a ver com o adiamento. “Esta decisão foi tomada pelos militares, então expliquem eles os motivos”, disse Lev Solomonov ao jornal Moskovskie Novosti.
O general Vladimir Dvorkin, colaborador do Instituto de economia mundial e relações internacionais, não descartou que as condições meteorológicas sejam a verdadeira causa do adiamento, mas também mencionou outro fator, a necessidade de “retocar alguns sistemas, não no míssil, mas sim no submarino”.
Alexandr Konovalov, chefe do Instituto de estudos estratégicos, considera que as causas do adiamento são tanto de índole técnica como estratégica. Os engenheiros, na visão de Konovalov, pretendem dar alguns retoques para excluir toda a probabilidade de fracasso. Ao mesmo tempo, não é necessário que os máximos dirigentes definam o futuro das forças nucleares estratégicas da Rússia.
“Temos um bom míssil naval, o Sineva, cujas as características impendem instalá-lo nos submarinos do Projeto 955, e outro novo, o Bulava, míssil esse que só podem, no momento, serem instalados nos submarinos dessa classe”, disse Konovalov.
Até o momento foram efetuados 17 lançamentos do Bulava, dos quais, 10 foram exitosos. O mais recente lançamento de Bulava aconteceu na data de 28 de outubro deste ano.
O míssil intercontinental R-30 3M30 Bulava-30 (RSM-56 na classificação OTAN), é um foguete de três fases instalados em submarinos e de propelente sólido (nas primeiras etapas) e líquido (na terceira etapa). É lançado de um tubo na vertical.
O míssil tem alcance de 8.000 km e pode portar de 6 a 10 cabeças de guerra nucleares, hipersônica independentes, de 100 a 150 kilotons. Cada ogiva é capaz de modificar sua trajetória de vôo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário