segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Djibuti acrescenta 850 soldados à força de paz na Somália


Militantes do Al Shabab em “parada militar” 


O minúsculo país do Djibuti enviará cerca de 850 soldados para uma missão de paz da União Africana para a Somália este mês, informou um porta-voz da missão na quarta-feira. Trata-se apenas do terceiro país a fazer isso depois de uma série de promessas não cumpridas por parte de inúmeros países africanos.
Os soldados do Djibuti, no Chifre da África, vão se juntar a cerca de 9 mil soldados de Uganda e Burundi, que vêm apoiando o fraco governo de transição da Somália, apoiado pelos EUA, desde 2007. O governo, que vem lutando contra rebeldes islamistas conhecidos com Al Shabab na capital da Somália, Mogadishu, praticamente não tem nenhuma influência fora da cidade, e apesar de uma ordem nacional, a União Africana também não tem.
Mas as tropas de paz conseguiram expulsar grande parte da Al Shabab de Mogadishu, embora os rebeldes ainda realizem ataques duros. Para uma força de paz que tenta atingir um objetivo que nenhuma entidade conseguiu em quase 20 anos -pacificar a Somália- as tropas do Djibuti serão bem vindas. A força de paz está estabelecida atualmente em 12 mil soldados, mas oficiais da força de paz esperam ter pelo menos 20 mil.
"Nossas forças se mostraram muito adaptáveis, adaptando-se ao terreno, lutando em áreas com muitas construções", disse o tenente coronel Paddy Ankunda, porta-voz da força de paz. "Mas tem sido difícil."
Cada vez mais, países da África estão entrando na batalha na Somália. O Quênia enviou centenas, se não milhares, de soldados apoiados por tanques e veículos de guerra além da fronteira para retirar a Al Shabab de vários pontos fortificados no sul da Somália.
Um oficial de alta hierarquia do leste da África disse que a Eritreia, bastante militarizada, que faz fronteira com o Djibuti e a Etiópia, enviou aviões de carga cheios de armas para a Al Shabab no sul da Somália, uma acusação que a Eritreia rejeita. Tropas etíopes foram vistas ocupando território somali próximo a pontos da Al Shabab, e Uganda está enviando mais 2 mil soldados para se juntarem à força de paz em Mogadishu.
Os governos da África do Sul, Ruanda e Tanzânia manifestaram apoio para a operação do Quênia, e esta semana o Quênia e a Somália pediram para os "países grandes", incluindo os Estados Unidos e nações europeias, ajudarem num bloqueio naval no altamente cobiçado porto marítimo de Kismaayo, controlado pela Al Shabab.
Mas como o mau tempo impediu o avanço das tropas do Quênia, a Força Aérea do país empreendeu vários ataques destruidores. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que um ataque aéreo no domingo atingiu um campo de milhares de somalis desabrigados que sofriam os efeitos da fome, matando vários civis.
Na terça-feira, o exército do Quênia enviou um alerta assustador para moradores de dez cidades sob influência da Al Shabab, alertando que mais ataques eram "iminentes" e que as cidades estariam "continuamente" sob ataque.
Na quarta-feira, houve relatos de que centenas de civis estavam fugindo de suas casas antes dos ataques ameaçados. "Tenho só dois filhos e não posso morrer", disse Aisha Ali, da cidade de Elasha Biyaha. "Preciso ir para uma área segura."
Mas em algumas regiões, o mau tempo que impediu o avanço do exército queniano também impediu os movimentos dos civis.
"Eles levam os alertas muito a sério, mas com a temporada de chuvas e as estradas tão ruins como estão agora, é muito difícil as pessoas se mudarem", disse um oficial de uma organização humanitária que opera numa área controlada pela Al Shabab. "Há um certo nível de medo entre a população."

Um comentário:

  1. Vão entrar em uma fria sem tamanho. Lá é pior que o Afganistão.

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