Ayatollah Seyed Ali Hoseyni Khamenei |
“As pessoas precisam saber que essas coisas serão plenamente investigadas, Deus permita (...) e que não haverá piedade para os sabotadores e corruptos”, disse o aiatolá Ali Khamenei na segunda-feira, em sua primeira reação pública à suposta fraude de US$ 2,8 bilhões envolvendo alguns políticos e bancos do Irã.
O escândalo se tornou tema de discussão furiosa para os iranianos comuns, que enfrentam inflação e desemprego elevados, e abundam mensagens de texto e postagens em blogs falando sobre o que poderia ser feito com o dinheiro desviado, que equivale a 30 trilhões de riais iranianos.
“Se Ciro, o Grande (um antigo rei da Pérsia) economizasse 1 bilhão de riais todo mês, ele teria 30 trilhões de riais após 2.500 anos”, dizia uma postagem sarcástica.
O escândalo está centrado em um empresário, Mah-Afarid Khosravi, que é acusado de forjar cartas de crédito do parcialmente estatal Bank Saderat, o segundo maior do país. Ele supostamente usou os documentos falsos para ter acesso a crédito de vários outros bancos para ajudar a financiar cerca de 40 empresas. Ele também supostamente tentou comprar uma grande siderúrgica estatal sob um plano nacional de privatização, com apoio do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
O governo negou qualquer ligação com a suposta fraude.
O aiatolá Khamenei não culpou o governo de Ahmadinejad em seu discurso, que analistas disseram poder ser um sinal de esforços para proteger a presidência de um possível colapso antes do término do mandato de Ahmadinejad, em 2013. Mas a ênfase do líder supremo na punição dos envolvidos no caso alimenta a suspeita de que alguma importante autoridade ou banqueiro pode vir a enfrentar uma ação legal.
Até o momento, quatro banqueiros perderam seus empregos.
O escândalo levou à renúncia do diretor-gerente do maior banco estatal do Irã, o Bank Melli, na semana passada. O governo também anunciou na semana passada que um comitê especial que investiga o escândalo afastou o diretor-gerente do Bank Saderat.
Enquanto isso, o banco central do Irã, em uma declaração pública publicada em seu site na segunda-feira, ordenou que o banco privado Gardeshgari (Tourism) demitisse seu diretor-gerente “o mais cedo possível”, sem fornecer detalhes. A mesma ordem foi dada ao Saman Bank privado no sábado.
Ahmadinejad defendeu seu governo como sendo “o mais limpo na história do Irã” e prometeu revelar detalhes sobre o escândalo, caso persistam alegações contra seu governo.
Segundo o site de notícias Dolatema.com, que é visto por analistas como próximo do governo, a televisão estatal, que é dirigida por autoridades leais ao líder supremo, relutou em permitir que Ahmadinejad se dirigisse ao país em uma transmissão ao vivo nesta semana.
Os jornais e sites no Irã estão em grande parte divididos entre as forças pró e antipresidente e publicam alegações financeiras sobre seus oponentes políticos. Os analistas acreditam que a tensão política em torno do escândalo está enraizada na rivalidade que antecede as eleições parlamentares de março.
O aiatolá Khamenei alertou que o escândalo e o furor subsequente na imprensa fariam as pessoas comuns, assim como os investidores, “perderem a esperança” e “ficarem desapontadas” com o Irã.
diferentimente do brasil um ato de corrupção la é algo "estranho" se fosse no brasil a indignação seria grande, mas essa indignação n seria levada a serio pelos politicos, e ninguem seria punido.
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