quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Chefe da energia nuclear iraniana acusa espiões britânicos de segui-lo

Fereydoun Abbasi
O presidente da Organização de Energia Atômica do Irã (IAEO), Fereydoun Abbasi, acusou espiões britânicos de segui-lo em suas viagens – inclusive até entrada de sua oficina em uma universidade iraniana – para conseguir informações sobre a tentativa malsucedida de assassinato contra ele no ano passado.

“Há cerca de 6 anos os serviços de inteligência do Reino Unido começaram a recolher informações acerca do meu passado, minha família, o número de meus filhos”, disse Abbasi. “Agentes do MI6 – Serviço Secreto Britânico – me seguiram e tentaram conseguir informações sobre minha pessoa em um aeroporto na França e em vários espaços científicos na Polônia, Itália, Países Baixos, Malásia, dentre outros”, agregou Abbasi.

“Inclusive chegaram a seguir-me até a entrada de minha oficina na universidade para ver se eu tenho ou não guarda-costas.”

As declarações acima foram feitas durante a reunião anual da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, Áustria.

Abbasi, que é submetidos a sanções por parte das Nações Unidas por ser suspeito de tentar desenvolver armas nucleares para o Irã, também acusou Israel e os EUA de tentarem assassinar ele e outros cientistas iranianos. Os países ocidentais trataram de desmentir as informações de Abbasi, mas o Ministério das Ralações Exteriores do Reino Unido se nega a responder os comentários de Abbasi.

Em junho passado, o professor universitário Darioush Rezaie foi assassinado a tiros em Teerã, esse foi o terceiro assassinato de cientistas iranianos desde 2009. O primeiro morreu faleceu à causa de um atentado com um carro bomba e o segundo à causa de um explosivo detonado através de um controle remoto.

Abbasi afirmou que esses ataques são de responsabilidade dos inimigos que desejam negar o direito de outros países em obter a tecnologia nuclear. Abbasi em 2010 saiu levemente ferido de um atentado com um carro bomba, que segundo ele, foi responsabilidade de Israel “com o apoio dos serviços de inteligência dos EUA e Reino Unido”.

Abbasi também questionou a imparcialidade da AIEA sobre o silêncio em torno do desenvolvimento de centenas de ogivas nucleares na Europa:

“A agência afirma ser imparcial, mas será que realmente o é? Se é assim, por que permanece em silêncio sobre o desenvolvimento de centenas de ogivas nucleares em solo europeu e em alguns países ocupados sem e nem se quer enviou um relatório às organizações internacionais como as Nações Unidas?”, questionou Abbasi.

Abbasi também pediu respostas como a AIEA guarda também silêncio em torno da perda de material nuclear nos EUA. No começo de setembro, o Gabinete de Auditoria do Governo Americano, informou o executivo que não conseguia localizar 16.000 kg de material nuclear fornecido a 27 países ao longo de uma década.

Abassi também foi questionado sobre a cooperação entre seu país e a Coréia do Norte. Abassi disse que seu país não tem “nenhuma necessidade” de fazer isso, mas não descartou em um futuro. Em todo caso, afirmou que a cooperação que seu país e a Coréia do Norte têm, acontece sobre a vigilância da AIEA.

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