sexta-feira, 9 de setembro de 2011

70 anos do inicio do Cerco a Leningrado

Canhões anti-aéreos guardam o céu de Stalingrado, em frente a Catedral de Santo Isaac
Ontem, 8 de setembro se completou 70 do inicio do bloqueio a cidade russa de Leningrado pelas tropas nazistas e seus aliados. O que começou com uma medida de pressão para provocar a rendição do Exército Vermelho, se converteu em um dos cercos mais longos da histórios: 872 dias, quase dois anos e meio.

Este fenômeno histórico, um dos mais arrepiantes e tristes episódios da Segunda Guerra Mundial, é uma ferida que a Rússia e o mundo inteiro se negar a fechar e enterrar no passado. Se trata de uma rotunda mostra de que a fortaleza humana poder ser a melhor arma ante a adversidade.

Inclusive os altos comandantes militares que protagonizaram a operação invasora, como Marechal-de-campo Wilhelm Ritter von Leeb, o marechal finlandês Carl Gustaf Mannerheim e o general-de-divisão espanhol Agustín Muñoz Grandes, reconheceram o gesto heróico da população de Leningrado, atual São Petersburgo.  Com temperaturas inferiores aos 30 graus a baixo de zero e somente 125 gramas de pão por dia como alimento, os resistentes mostravam uma coragem e bravura inigualável para defender-se dos agressores, quem não esperavam semelhante resistência na cidade.

Aproximadamente um milhão de pessoas morreu durante o cerco à Leningrado: a maioria delas morreu devida a desnutrição e ao congelamento. O desespero para conseguir alimentos levou a situações impensáveis da antropofagia que foram relatadas anos mais tardes por seus protagonistas.

Em meio ao bloqueio, o Lago Ladoga se converteu no único meio de acesso a cidade. No verão se transportavam as coisas via boate, no verão centenas de caminhões atravessam suas águas congeladas para abastecer os seus habitantes. Essa “rota da vida”, como batizaram os jornais russos, eram alvo constante de ataques dos nazistas. Quando a Alemanha deixou de ter forças para seguir avançando, canalizou suas energias em exterminas os civis e manter sua posição na zona.

Passado a destruição, o horror e a barbárie dos bombardeiros, a esperança dos que defendiam a cidade se manteve firme e no dia 24 de janeiro de 1944, a cidade de Leningrado foi libertada do cerco alemão quando o Exército Vermelho conseguiu romper o cerco.

Em São Petersburgo, nome dado a “capital boreal” da Rússia desde 1990, não fez cair no esquecimento as páginas escuras de sua história. As gerações novas de petersburgueses ontem homenagearam com milhares de flores os que há 70 anos atrás defenderam a cidade. As sirenes que 3740 vezes avisaram a população da ameaça aérea, se ouviu novamente nas cidades da Cidade Heróica, provocando calafrios aos pedestres e lágrimas nos veteranos de guerra.

A tarde, uma orquestra tocou ao ar livre a emblemática 7ª Sinfonia (Leningradskaya), de Dmitri Shostakovich, composta e apresentada ao público faminto nos piores dias do cerco.

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