domingo, 8 de maio de 2011

Por trás da notícia: Alvo de alto valor

Bin Laden encontrou seu castigo. “O inimigo número um dos EUA”, Osama Bin Laden, foi morto depois de três anos de perseguição. No entanto, sua morte está rodeada de dúvidas: Que forças realizaram a missão que culminou com a morte de Bin Laden? Que conseqüências trará a morte de Bin Laden à Al-Qaeda e para o Mundo?

3 comentários:

  1. A secretária de Estado americana Hillary Clinton disse que a "justiça foi feita" ao comentar a morte de Osama bin Laden,será mesmo?
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    Pelas lentes do Direito,os Estados Unidos não poderiam ter invadido outro país e assassinado uma pessoa como fizeram com Osama Bin Laden.
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    Para Alysson Leandro Mascaro, professor de Direito da USP e do Mackenzie;
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    -- "O respeito à soberania não pode ser quebrado por uma legitimidade jurídica advinda de normas internas de um país alheio.
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    -- A justificativa jurídica dos EUA de que se defendem ou 'vingam' uma situação de guerra não é superior à soberania do Estado paquistanês".
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    Segundo Cláudio Finkelstein, coordenador do programa de pós-graduação em Direito Internacional Econômico da PUC-SP;
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    -- "Não existe nada que justifique uma ação militar como essa, que é estranha ao Direito Internacional".
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    Para ele, no caso, foi violado, dentre outros, o princípio da restrição do uso da força.
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    -- "É uma situação esdrúxula, parece que voltamos a época de bang bang", lamenta.
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    Saudações,
    konner.

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  2. Cezar Britto, presidente da Comissão Nacional de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil, citou outro princípio.
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    -- Segundo ele, a intervenção militar ou policial em qualquer país sem sua autorização -- infringe o princípio de auto-determinação dos povos.
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    Paulo Luiz de Toledo Piza, professor da GVLaw, diz que;
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    -- "Como membro da ONU, os EUA têm que respeitar integralmente a Carta de Direitos Humanos, cujo princípio básico é o direito à vida".
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    O direito ao julgamento, reconhecido internacionalmente, também foi violado na opinião de Piza.
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    Para Fernando Fragoso, presidente do IAB (Instituto dos Advogados do Brasil) e membro do Tribunal Penal Internacional:
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    -- O caso foi de uma operação para matar um cidadão, o que é um -- "homicídio como qualquer outro, violando as mais comezinhas regras de Direito Internacional", e "do ponto de vista técnico, a ação não se justifica".
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    Os Estados Unidos estão disseminando a lei da selva em toda parte, seja no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão ou na Líbia.
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    O jurista holandês Gert-Jan Knoops, especializado em direito internacional, declarou que:
    -- O líder da Al Qaeda deveria ter sido preso e extraditado para os Estados Unidos.
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    Ele traçou um paralelo com a situação do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que foi levado a julgamento no tribunal de crimes de guerra de Haia após ser preso em 2001.
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    Vários editoriais na imprensa ecoaram essa opinião.
    -- "Nós, europeus, preferíamos que Bin Laden fosse capturado e julgado, porque execuções são contrárias à nossa cultura.
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    Mas, a América - onde a pena de morte está em vigor - precisava atingir o homem que a atingiu tão duramente", disse o jornal esquerdista italiano La Repubblica.
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    Saudações,
    konner.

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  3. O professor da USP, Umberto Celli Jr., explica que para que sejam aplicadas as sanções pelo conselho, elas devem ser aprovadas pela maioria dos 10 membros não permanentes e pela totalidade dos 5 permanentes, dentre eles, o EUA. Por conta disso, diz que "a sanção não funcionaria", e lembra que a ONU já se manifestou no sentido da ilegalidade da ação, "mas foi suave porque sabe que não existirão sanções".

    "Corretamente, o Brasil quer a reformulação do Conselho de Segurança da ONU. Não podem os mesmos países de sempre terem controle desse tipo", critica Cezar Britto, ex-presidente da OAB. Ele acredita que é preciso democratizar o conselho para a nova realidade mundial já que o "mundo não é mais pós-guerra". A nova composição deve ter em conta valores democráticos e culturais diferentes.
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    Apesar de apresentarem consequências diferentes para a ação norte-americana, os especialistas concordam em um ponto:
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    -- Os EUA não serão punidos pelos desrespeito às normas internacionais.
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    -- "Os EUA não se submetem aos tribunais internacionais, como exigem que os demais países façam. Essa é uma das grandes contradições, em que eles contam com a omissão da ONU", declara Cezar Britto, presidente da Comissão Nacional de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil.
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    Para ilustrar o pensamento dos Estados Unidos, o advogado cita o filme "O Incrível Hulk", lançado no Brasil em 2010, em que, para perseguir o inimigo Hulk, o exército norte-americano invade terras brasileiras sem comunicar o governo brasileiro.
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    -- "Eles têm essa situação como de normalidade, talvez porque entendam que o mundo é seu próprio país", diz.
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    Ernest Miller Hemingway:

    -- Por quem os sinos dobram?

    -- “A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.
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    Saudações,
    konner.

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