O grupo Odebrecht, que recentemente comprou uma fabricante brasileira de mísseis para atuar na área de defesa, ainda estuda novas oportunidades na área e tem meta de liderar o setor no Brasil.
Em entrevista à Reuters, o presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia, Roberto Simões, afirmou que para qualquer eventual novo parceiro o grupo impõe como condição ter a gestão ou, no mínimo, ser co-gestor do negócio.
Falando durante a LAAD, maior feira de defesa da América Latina, Simões ressalvou, porém, que são poucas as boas oportunidades de aquisições no setor no Brasil e não descartou investidas da empresa em companhias do exterior.
"A indústria nacional de defesa tem muito poucas oportunidades, são empresas geralmente pequenas e sem muitas alternativas", avaliou. "Estamos abertos a analisar qualquer um, pode ser fora do Brasil também. A prioridade são empresas dentro do Brasil", comentou.
O executivo disse ainda que a nova companhia da Odebrecht pretende, além de vender produtos no Brasil, exportar aos países em que o grupo já atua, principalmente na América Latina e Ásia.
O setor de defesa no Brasil tem sofrido um processo de consolidação, com aquisições pela Odebrecht Defesa e Tecnologia e pela Embraer Defesa e Segurança. Nesta quarta-feira, a italiana Avio anunciou a compra da brasileira Focaleng, especializada em manutenção de aeronaves militares.
Simões reconheceu que a concorrência com a unidade de defesa da gigante de aviação, que anunciou na terça-feira novas parcerias na área de sistemas e controle, um dos focos da Odebrecht, tem encarecido o mercado.
"Eu acho que já encareceu as primeiras. Esperamos que não encareçam nas próximas (aquisições)", disse.
O executivo disse que a meta da Odebrecht, que recentemente comprou a fabricante de mísseis Mectron, é se tornar a principal empresa do setor de defesa do Brasil. Ele, no entanto, não disse quando a companhia pretende atingir essa meta nem o montante de recursos que será investido para tanto.
Além da aquisição da Mectron, a Odebrecht também é parceira do estaleiro francês DCNS, para a venda de submarinos à Marinha, e também tem parceria com a francesa EADS Defense.
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