sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EUA anunciam pacote de ajuda militar de US$ 2 bi para o Paquistão

Acordo de cinco anos apresentado por Hillary Clinton ainda precisa de aprovação do Congresso

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira um pacote de ajuda militar e para o setor de segurança do Paquistão no valor de US$ 2 bilhões (mais de R$ 3,3 bilhões).

O acordo anunciado pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, prevê ajuda durante cinco anos e ainda precisa da aprovação do Congresso.

O governo americano vem dando ao Paquistão mais de US$ 1 bilhão em ajuda militar por ano desde 2005 e, no último ano fiscal, destinou ao país asiático quase US$ 2 bilhões.

As autoridades americanas informaram que o Paquistão agora precisa de ajuda mais específica na luta contra militantes e precisava também saber que pode confiar nos Estados Unidos no longo prazo.

O novo pacote de ajuda vai pagar por equipamentos necessários na operação contra insurgentes e no combate ao terrorismo, entre outras.

Enchentes

Vali Nasr, conselheiro do Departamento de Estado americano para Paquistão e Afeganistão, disse à BBC que a luta contra os militantes islâmicos no Paquistão ganhou força durante o último ano, mas as enchentes que atingiram o país em julho, agosto e setembro prejudicaram muito os esforços do Exército paquistanês.

Nasr afirmou que a solução não é retirar o investimento americano do país, mas ajudar o governo e militares paquistaneses, além de fortalecer as instituições locas.

O pacote de cinco anos anunciado nesta sexta-feira visa complementar um pacote de US$ 7,5 bilhões que vai ajudar os civis paquistaneses durante cinco anos e que foi aprovado pelos Estados Unidos em 2009.

O investimento, em áreas como saúde, educação e infraestrutura, visa diminuir o poder de atração dos militantes islâmicos sobre os paquistaneses.

"Queremos expandir a relação de segurança que o Paquistão e os Estados Unidos tiveram no passado, sob o período (de governo do presidente americano George W.) Bush", disse Nasr, acrescentando que esta expansão deve "envolver coisas que também importam para os paquistaneses e têm impacto em suas vidas diárias".

O enviado especial americano ao Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, disse nesta semana que a relação entre os dois países progrediu muito e que acredita que "este progresso reduziu a ameaça a nosso país, ainda que não tenha eliminado".

Um relatório da Casa Branca enviado ao Congresso no começo de outubro lamentava a "inabilidade" do Exército paquistanês em manter os territórios tirados do controle de insurgentes.

O relatório também afirmou que as lideranças civis paquistanesas não têm a confiança do povo e enfrentam muitos desafios que "têm potencial para abalar a estabilidade do governo". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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