sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quarteto perigoso de prisioneiros iraquianos escapa da custódia americana

Quatro dos prisioneiros mais perigosos no Iraque escaparam na noite de quarta-feira (08) da custódia americana, em uma prisão altamente fortificada na periferia de Bagdá, uma brecha de segurança embaraçosa que causou uma caçada humana intensiva, disseram na quinta-feira autoridades americanas e iraquianas.

Os quatro prisioneiros, que não foram identificados, estavam entre os mais de 200 que o Iraque pediu para que as forças armadas americanas mantivessem presos, por causa de sua proeminência e da ameaça potencial que representam após o governo iraquiano ter assumido o controle da última prisão construída pelos americanos aqui, antes conhecida como Campo Cropper.

Os 200 incluem ex-membros do governo de Saddam Hussein e importantes insurgentes estrangeiros e iraquianos.

O novo comandante americano no Iraque, o general Lloyd J. Austin 3º, se encontrou com o primeiro-ministro Nouri al Maliki, na noite de quinta-feira, para discutir a fuga da prisão.

“Nós destacamos a necessidade do reforço da segurança e do fechamento de quaisquer brechas para fuga dos criminosos”, disse a respeito da reunião o porta-voz de Al Maliki, Ali al Mousawi, em uma entrevista por telefone.

Os prisioneiros escaparam durante o que pareceu ser uma tentativa maior de fuga na noite de quarta-feira, apesar das autoridades terem se recusado a fornecer muitos detalhes, citando a necessidade de segurança, enquanto as forças americanas e iraquianas realizavam uma busca intensiva no Aeroporto Internacional de Bagdá e arredores na quinta-feira.

A ausência dos quatro foi descoberta após dois outros prisioneiros terem sido pegos tentando escapar, levando a uma contagem de todos os prisioneiros na seção restante da prisão controlada pelos americanos, disseram as forças armadas americanas em uma declaração.

Não está claro como os quatro conseguiram sair da prisão localizada dentro de uma base militar maior, um dos locais mais protegidos de todo o Iraque.

“Obviamente, é lamentável”, disse o porta-voz das forças armadas americanas, o general Jeffrey Buchanan, aos repórteres durante uma coletiva na embaixada americana, na noite de quinta-feira.

A fuga da prisão foi o mais recente de uma série de problemas ocorridos aqui desde que o presidente Barack Obama declarou o fim da missão americana de combate na semana passada, além de celebrar a redução de soldados americanos para menos de 50 mil pela primeira vez desde a invasão em 2003.

Ataques de insurgentes, incluindo um que atraiu americanos para um combate no domingo, resultando na morte de dois soldados americanos por um soldado iraquiano, em uma base ao norte de Bagdá, e agora a fuga, reforçaram uma sensação de desconforto aqui, em um momento em que a violência está aumentando e permanece o impasse político no país.

As forças armadas americanas entregaram o controle do Campo Cropper – e de seus 1.500 prisioneiros – para os iraquianos em 15 de julho, comemorando o que as autoridades descreveram como outro marco na retirada gradual das forças americanas do Iraque e do amadurecimento dos serviços de segurança próprios do Iraque.

O Campo Cropper já abrigou alguns dos iraquianos mais proeminentes capturados pelos americanos, incluindo Saddam. Aqueles que foram mantidos sob custódia americana foram considerados os mais intratáveis e perigosos, incluindo alguns com situação legal incerta nos tribunais iraquianos.

Dias após a transferência oficial, quatro outros prisioneiros escaparam da parte iraquiana da instalação, atualmente chamada de Presídio Karkh. Entre eles estavam três homens identificados como membros importantes do Estado Islâmico do Iraque, um grupo que inclui a Al Qaeda da Mesopotâmia. Eles não foram mais vistos.

O diretor e vários guardas da prisão também desapareceram na época, sugerindo culpa, se não envolvimento, na fuga.

Como no caso da morte dos dois soldados na terça-feira, os americanos e iraquianos deram início a uma investigação conjunta da fuga, segundo uma declaração militar sucinta. Eles também estão realizando a busca pelos quatro fugitivos, se concentrando no bairro próximo ao aeroporto.

Até a noite de quinta-feira (09), os quatro permaneciam foragidos.

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