KC-390 |
Na sexta-feira, os Ministérios da Defesa do Brasil e de Portugal assinaram uma Declaração de Intenções de parceria no programa do cargueiro brasileiro. O acordo, informou a Embraer, também marca o início das negociações para entrada de empresas portuguesas no projeto e na fabricação do novo avião. O governo português também revelou a intenção de adquirir seis aeronaves para equipar a Força Aérea de seu país.
Com os novos parceiros, o número de intenções de compra do KC-390 sobe para 52. Desse total, 28 são da FAB, seis do Chile, seis de Portugal e 12 da Colômbia. A África do Sul, de acordo com a fonte, ainda não definiu participação no projeto, mas segue na lista dos parceiros mais próximos do KC-390.
A Embraer planejou produzir 180 unidades do seu novo avião de transporte militar nos primeiros dez anos de comercialização da aeronave. A empresa identificou demanda potencial de 700 aeronaves na classe do KC-390, um negócio estimado em US$ 50 bilhões, sendo 100 delas na América do Sul.
O KC-390 começou a ser desenvolvido em abril do ano passado, a partir de um acordo assinado entre a Embraer e a FAB, que destinará US$ 1,3 bilhão para o projeto. O valor, segundo a FAB, cobre todas as atividades de concepção, desenvolvimento, ensaios, certificação e preparação para produção. Neste ano, segundo o gerente executivo do projeto do KC-390 na FAB, coronel Adalberto Zavaroni, o projeto receberá cerca de R$ 95 milhões. Para 2011, já existe previsão de aporte da ordem de R$ 220 milhões.
O programa de desenvolvimento do cargueiro, de acordo com o gerente do projeto, encerrou em maio a fase de estudos preliminares e trabalha, agora, na definição inicial dos principais sistemas que equiparão a aeronave. "Selecionamos oito sistemas que representam o coração da operação de um jato de transporte e de reabastecimento em voo, não só pelas suas características críticas, mas também pelo alto nível de tecnologia que agregam", explicou.
Nos últimos quatro meses, segundo Zavaroni, a Embraer e a Aeronáutica trabalharam em conjunto na definição dos requisitos relacionados ao motor, trem de pouso, comandos de voo e sistemas de manuseio e lançamento de carga. "Já identificamos alguns potenciais fornecedores para esses sistemas e a Embraer se encarregou de avaliar as ofertas sob o ponto de vista técnico e comercial. A FAB está analisando as propostas sob o ponto de vista de "off set" (compensação comercial, tecnológica e industrial)".
O gerente informou ainda que, até abril de 2010, as duas partes estarão envolvidas na definição dos requisitos e de fornecedores para os sistemas de missão do KC-390 (radares e aviônica), de reabastecimento em voo e de auto-defesa.
A indústria aeroespacial brasileira, de acordo com Zavaroni, também terá um papel de importante no programa de desenvolvimento do KC-390, seja através dos acordos de compensação (off set) ou também com o fornecimento de sistemas que envolvam tecnologias já dominadas no país. "A indústria nacional já tem competência em áreas estratégicas como a de aviônicos, estrutura e trem de pouso", afirmou.
O KC-390 vai substituir a frota de C-130 da FAB, utilizada hoje nas áreas de transporte logístico pesado, busca e resgate, ressuprimento aéreo, evacuação médica, combate a incêndio florestal e reabastecimento em voo. O preço da aeronave, segundo o gerente do projeto, deve ser menor que o do C-130, que custa na faixa de US$ 80 milhões a US$ 90 milhões.
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