quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Construção de estátuas de grandes líderes gera polêmica na França

Estátua do ex-chefe de Estado francês Charles de Gaulle é instalada por funcionários em Montpellier, França

A construção de cinco estátuas dos "grandes homens do século XX", entre os quais estão Lenin, Churchill e Roosevelt, começou nesta quarta-feira em Montpellier (sul da França) suscitando polêmica.

As estátuas de bronze de 3,3 metros de altura, pesando entre 850 quilos e uma tonelada, representam o socialista francês Jean Jaurès, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill e os ex-chefes de Estado francês Charles de Gaulle, americano Franklin D. Roosevelt e soviético Lenin.

As estátuas serão inauguradas em meados de setembro. No total, serão exibidas dez estátuas: as do indiano Gandhi, da israelense Golda Meir, do egípcio Gamal Abdel Nasser, do chinês Mao Tse Tung e do sul-africano Nelson Mandela, que serão entregues no final de 2011 pelo escultor François Cacheux.

Esta instalação, encomendada pelo presidente da região Languedoc-Roussillon, Georges Frêche, provocou polêmica, particularmente em meio à oposição municipal de Montpellier, que denunciou o custo do projeto, calculado em 200.000 euros por estátua.

"O general De Gaulle não deveria estar ao lado de Lenin e de Mao. No momento em que o Estado reduz seus gastos, as coletividades locais instalam estátuas com o dinheiro dos contribuintes", denunciou nesta quarta-feira o líder local do partido UMP (direita, no poder), Arnaud Julien, ao jornal Le Parisien.

Georges Frêche afirmou que Lenin não era "um ditador sangrento".

"É o homem que mudou os rumos do mundo no século XX", disse. "Sem (a revolução de) 1917, não teria havido a descolonização da África, da Índia, da China, e de maneira geral, do mundo chamado 'em desenvolvimento'", afirmou.

Em relação a Mao, "foi grande por vinte anos, no período 1929-1949. (...) A revolução cultural foi uma desgraça para a China, mas a História a esquecerá. A História só se lembrará do Mao que devolveu a dignidade à China", acrescentou.

Ex-militante maoísta, Georges Frêche foi membro do Partido Socialista (PS), do qual foi expulso em janeiro de 2007 por ter feito comentários racistas.

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