terça-feira, 3 de agosto de 2010

China faz exercício aéreo em meio a tensão com os EUA

O exercício 'Vanguarda 2010' ocorre nas províncias de Henan e Shandon.
Mais de 100 aeronaves do Exército, Aeronáutica e Marinha participam.


A China iniciou na terça-feira (3) cinco dias de exercícios aéreos, mobilizando caças e milhares de soldados em meio a um cenário de crescente tensão diplomática e militar com os Estados Unidos.

O exercício "Vanguarda 2010" ocorre nas províncias de Henan (centro) e Shandong (leste), próxima ao Mar Amarelo, segundo a agência estatal de notícias Xinhua. Outra agência, a China News Service, disse que mais de 100 aeronaves do Exército, Aeronáutica e Marinha participam da atividade, disparando mísseis reais para simular a defesa de Pequim contra um ataque aéreo.

Caças J-11 (variante chinesa do Su-27 russo)
da Força Aérea do Exército Popular de Libertação


A China recentemente se queixou de um exercício conjunto entre EUA e Coreia do Sul na região. Declarações do governo norte-americano sobre uma delicada disputa territorial no Mar do Sul da China também incomodaram Pequim.

Mas os militares negaram que os exercícios tenham relação com as tensões regionais, e disseram que estão tentando ser mais transparentes. "O objetivo é elevar as capacidades de combate nesta região militar e tornar efetivos os preparativos para o combate militar", disse o general Zhao Zongqi, um dos responsáveis pela atividade, ao China News Service.

Segundo a agência, o exercício ocorre sem ensaio prévio, para que seja o mais realista possível, e envolverá sete tipos de aeronaves - inclusive helicópteros e aviões espiões.

A China tem ampliado os investimentos na sua Força Aérea, que agora está equipada com caças de origem russa Su-30 e Su-27, superiores aos F-16 usados por Taiwan, ilha autônoma que Pequim considera ser uma "província rebelde" da China e que insiste que tem de se unificar com a China continental, à força, se necessário.

A imprensa chinesa tem anunciado vários exercícios militares nas últimas semanas, inclusive de forças navais - fatos normalmente sigilosos.

A publicação Semanário Militar disse que, embora os exercícios sejam normais e a China não tenha intenção de "buscar hegemonia", ela reagirá a eventuais agressões contra seus interesses.

"Embora os exercícios da China sejam discretos, eles passam um recado", disse o artigo. "Se outras pessoas ameaçarem os nossos interesses, temos suficientes meios militares e métodos tecnológicos para contê-los."

No mês passado, Pequim demonstrou indignação contra o exercício EUA-Coreia do Sul no Mar Amarelo (que também banha a China). A maior parte das manobras acabou sendo transferida para o Mar do Japão.

A China alegava que as manobras ameaçariam sua segurança e a estabilidade regional. Washington e Seul afirmavam que o objetivo dos exercícios era dissuadir a Coreia do Norte de eventuais agressões.

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