Militares chineses se preparam para marchar durante parada nacional em Pequim, na China; relatório dos EUA sobre gastos militares gerou críticas
O governo da China afirmou nesta quarta-feira (18) que o relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgado na última segunda-feira (16) - que critica o aumento do efetivo das Forças Armadas chinesas - "não é benéfico" para as relações militares entre os dois países.
O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Geng Yansheng, manifestou o repúdio do governo ao documento, que causou reações negativas em toda a China.
- Divulgar esse relatório não é benéfico para melhorar nem para desenvolver as relações militares entre China e Estados Unidos.
No relatório anual apresentado ao Congresso, o Pentágono afirma que Pequim "continua aumentando" seus esforços militares para prevenir um conflito com Taiwan, apesar da aproximação política entre os dois inimigos. A China considera que a ilha faz parte de seu território.
O documento é centrado no ano de 2009, antes de Washington ter anunciado, em janeiro, a venda a Taiwan de sistemas antimísseis Patriot, navios, submarinos e helicópteros Black Hawk no valor de R$ 11,2 bilhões (US$ 6,4 bilhões).
Analistas da imprensa chinesa consideraram o informe "pouco profissional" e "agressivo". O pesquisador da Academia de Ciências Sociais Ni Feng disse ao jornal China Daily que o documento não apresenta provas sólidas.
- Este relatório não é muito profissional. Utiliza termos ambíguos sem provas sólidas
Já o diretor do Instituto da Ásia do Leste da Universidade Nacional de Cingapura, Zheng Yongmian, denunciou ao Global Times, outro jornal oficial chinês escrito em inglês, "o tom agressivo em excesso" do documento.
O professor da Universidade Nacional de Defesa Meng Xiangqing destacou no Global Times que o informe "provocará com certeza o descontentamento da China pelo exagero de seu poderio militar".
Segundo o Pentágono, os gastos em defesa da China foram superiores a R$ 262 bilhões (US$ 150 bilhões) em 2009, se forem considerados aspectos que não aparecem no orçamento oficial.
Em março, a China anunciou que aumentaria em 7,5% o orçamento de defesa, a R$ 136,3 bilhões (US$ 77,9 bilhões), quantia 10 vezes inferior ao próximo orçamento de defesa dos Estados Unidos, o maior do mundo.
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