quinta-feira, 19 de julho de 2012

Escudo antimísseis dos EUA pode levar a modernização do arsenal nuclear chinês


Zhu Chenghu

Segundo um alto oficial militar chinês e decano Instituto de Assuntos de Defesa da PLA National Defense University, entidade estatal chinesa de ensino superior administrada pelo Exército de Libertação Popular afim de prover o ensino militar, disse ontem (18/07) que a China precisa modernizar seu arsenal nuclear para responder o que chamou de “efeito desestabilizador” do sistema antimísseis americano.

“Ele mina a estabilidade estratégica”, disse o major-general Zhu Chenghu sobre o desenvolvimento do escudo antimísseis americano, escudo esse que também vem tirando o sono da Rússia.

“Temos que manter a fiabilidade da dissuasão”, disse Chenghu à renomada agência de noticias inglesa Reuters.

Segundo Chenghu, a China leva a sério a doutrina militar que se baseia na anulação do arsenal atômico inimigo. Para Chenghu, o inimigo não usará suas armas atômicas contra a China se o país asiático puder se defender e retaliar com violência.

Os EUA gastarão cerca de US$ 10 bilhões para desenvolver, testar e implantar o escudo antimísseis em vários países do globo. Tal escudo convergirá em tempo real com o escudo antimísseis da OTAN. O escudo antimíssil americano também será engrossado por navios interceptadores de mísseis, esses serão implantados no Oriente Médio e no Pacifico para fazer frente os mísseis norte-coreanos. Mísseis interceptadores baseados em silos também serão instalados no Alasca e na Califórnia.

Chenghu ganhou fama mundial ao emitir um comentário polêmico em 2005 contra os EUA. À época, Chenghu disse que a China poderia usar suas armas nucleares se os EUA intervisse militarmente em favor de Taiwan caso a China entre em guerra com a sua “província rebelde”. Em 15 de junho de 2005 ele disse: Se os americanos deslocarem seus mísseis e munição guiada para a zona de alvo do território da China, eu acho que teremos que responder com armas nucleares.

A China “terá que modernizar seu arsenal nuclear porque a implantação do escudo antimíssil pode reduzir a fiabilidade da dissuasão nuclear”, disse Chenghu. “Por isso, Pequim terá que melhorar suas capacidades de penetração, sobrevivência... caso contrário será muito difícil manter a fiabilidade da dissuasão”, concluiu Chenghu.

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